quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Recordações

Imagino-as como espectro de fumo do meu passado, umas vezes assombrando outras apenas seguindo o seu curso como uma repetição da cassete da vida. Há lugares, momentos, caras, pessoas, frases... Tudo isso constitui a parte e o todo das minhas memórias. Uns desses espectros já se diluíram no ar, não eram fortes o suficientes para combater a constante aquisição de memórias que o meu cérebro sofre e de que o meu coração se compadece. Outras, essas fortes cavaleiras imateriais que combatem contra todos os meus esforços para as esquecer, cá continuam.

O vento lá fora sopra em protesto, como que denunciando realmente a presença daquelas que me assombra. Mas aqui dentro, aqui dentro resta-me o acolhedor calor das memórias que recordo com um sorriso na face. memórias... Que memórias tenho eu?

Os olhos verdes, observando pacientes e sapientes por trás de óculos de hastes escuras. Cabelos escuros curtos no topo de uma cabeça que me observa das alturas, que me faz encolher de respeito e admiração. A presença de um corpo a caminhar levemente e em silêncio ao meu lado, aquela figura a descer as escadas à minha frente, aquele momento em que o mundo parou quando os meus dedos se entrelaçaram nos dele, o sorriso largo e genuíno, e aquele... Aquele beijo. O primeiro, o único beijo. Ainda me lembro do sabor dos seus lábios...

Tudo isso, recordações. Recordações de um sentimento que tive e que já não volta mais, que foi substituído pela nostalgia. Houve uma paixão que se viu abatida, erros que se revelaram esmagadores, e agora, resta o recordar com carinho esses momentos. Porque esses momentos foram mesmo importantes para mim. Ensinaram-me a crescer, a amar.

O Presente é altura para construir novos espectros de fumos do meu futuro passado. Agora tenho outras coisas... O toque de mãos suaves, o beijo de lábios quentes, o abraço apertado, o aconchego de um corpo debaixo dos lençóis... As memórias têm muito valor, mas isto, isto é muito mais do que uma memória, é o meu presente, o futuro que quero ter. Um é uma memória, aquele que veio depois é... tudo. Mas agora que tenho tudo, não deixo de ter memórias. E não esqueço.

E como dizias, estas palavras podem não fazer muito sentido para os outros, mas para mim fazem. Mas deixo aqui a mensagem. Construí uma nova vida, cresci, evoluí, amo. Mas não esqueço as memórias mais valiosas, pois essas são as fortes cavaleiras imateriais que não cedem aos meus esforços para as esquecer. De tal forma que percebi que não é suposto eu as esquecer. Foram uma altura feliz da minha vida, que terminou, mas que me ensinou exatamente isso, a ser feliz.

domingo, 23 de outubro de 2011

Já tenho saudades...

Ontem fui ter com o Elijah. Mas os pormenores ficarão no nosso blogue conjunto. Mas adorei ter lá ido. Só tive pena de ter que me vir embora...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Só para saberem que estou vivo ;)

Tenho relegado muito meu blogue para segundo plano... Mas acho que as coisas têm estado tão estáveis que poucas são as novidades. O Elijah tem estado adoentado e eu tenho feitio a melhor companhia que posso... Faltam menos de oito meses para poder estar finalmente com ele todos os dias! Dá para acreditar? 8 meses! Eu que esperei anos por ter alguém como ele a meu lado, esperar mais um pouco não é impossível. É difícil estar longe dele, sim, mas é apenas algo temporário.

Hoje as minhas aulas só começam às 3... Boa vida de preguicite aguda...

Cheers! =D

P.S. Já li o teu comentário, Lobo, e já comecei a seguir o novo blogue. Já agora, deixo o link aqui, que aconselho aos leitores que ainda não o seguem a fazê-lo ;)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sinto-me desmotivado... Porque é que eu não fui para Artes?

sábado, 8 de outubro de 2011

Dormir com ele...



"When laying, with you,
I could stay there, close my eyes
Feel you here, forever
You and me together, nothing is better"
(Adele, Set Fire To The Rain)

Para me referiri a isto, podia ter-me lembrado da My Same, que é uma música da Adele que conta a história de duas pessoas muito diferentes mas que, ainda assim, combinam perfeitamente uma com a outra...
"You said I'm stubborn
And I never give in
I think you're stubborn
'Cept you're always softening
You say I'm selfish
I agree with you on that
I think you're giving out
In way too much in fact
I say we've only known
Each other one year

You say I've known
You longer my dear
You like to be so close
I like to be alone
I like to sit on chairs
And you prefer the floor
Walking with each other
Think we'll never
Match at all
But we do, but we do-doo-do, but we do, but we do-do-do-dwoh"



Ou a Lovesong, ou até mesmo a One And Only. Mas esta parte da Set Fire to The Rain é o que sinto neste momento. Fecho os olhos e sinto-o aqui comigo, deitado a meu lado, enquanto não o posso realmete ter aqui...




segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Jeito para a Poesia? Talvez. Para a Escrita? Gosto de acreditar que sim.

A stôra de Português hoje disse que eu tinha jeito para a poesia...

Sei lá, identifico-me com o Fernando Pessoa, que querem...?

Como? Porque tal como ele eu também tenho múltiplos "eus", sem deixar de ser eu mesmo. Apenas me adapto à situação. E não preciso de sentir com o Coração para dizer que senti. Também, tal como Pessoa fazia, consigo sentir com a imaginação porque, tal como para o poeta, para mim...
"Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra cousa ainda.
Essa cousa é que é linda."
(Fernando Pessoa, Isto)

Tal como Fernando diz nessa estrofe, tudo o que sonho, passo, vivo, imagino, idealizo, invento e crio está por baixo desse terraço, é aquilo que poucos vêem. Num terraço, todos vêem a paisagem em volta, mas só alguns têm a capacidade e a honra de ver o que se passa no que está por baixo desse terraço. Só alguns vêem "Essa cousa linda".

(Ironia das ironias? Depois de corrigir vários erros neste texto, fico surpreendido com o pouco jeito que tenho para escrever sem errar...)
Quanto à ideia dos Heterónimos... foi isto que me saiu: clica aqui

domingo, 2 de outubro de 2011

A ideia...

... que o Fernando Pessoa teve, de ter heterónimos, é-me cativante...