Bom, sobre o dia de ontem, vou dar um resumo rápido...
Decidi ir ter com o Elijah. Bom, não foi ontem que decidi isso, foi já há algum tempo que iria ter com ele ontem. O problema é que eu não conseguira contar aos meus pais e acabei por ir sem eles saberem.
O resultado? Eles ficaram preocupados...
No entanto, eu deixara-lhes uma carta, onde descrevia a situação pormenorizadamente. Sobre como foi o tempo passado com o Elijah, falarei no As Seen From The Stars.
Como ontem cheguei às tantas da manhã, a minha mãe acabou por dizer que teríamos de conversar hoje, porque naquele momento ela e o meu pai não estavam em condições para ter aquela conversa. E tive-a ainda há pouco.
Fiquei a saber que eles estavam mal com o facto de eu ter saído de casa sem os avisar, e não pelos motivos que me levaram ao Algarve. E estão preocupado com os desafios e obstáculos que a sociedade enfrenta. O meu pai, a dada altura, olhou para mim e disse:
- Vou fazer-te uma pergunta, e falei com a tua mãe ainda há bocado sobre isso... E quero que respondas com sinceridade. Sabes que nós temos um grupo de psicólogos à nossa disposição para seguir a família... E achas que precisas? É que um psicólogo poderia ajudar-te...
- Para ser sincero...? - respondi. - Não sei. Se vocês quiserem pôr-me num psicólogo, eu vou...
- Quando eu digo que é para te ajudar, não digo que é para te ajudar a mudar o que és...
- Sim, eu sei, eu percebi que era no sentido de me dar apoio, e se eu achar que preciso de apoio profissional, peço, mas acho que por enquanto não é o caso...
O pai acabou por dizer que ia falar com o Psicólogo, para saber se ele estava disposto a seguir o caso, e que logo se veria. Ele confessou que tinha receio de não conseguir dar-me o apoio que eu preciso, e medo que eu me fosse abaixo com tudo o que terei de enfrentar e, além disso, eu tinha um pouco de dificuldades em falar com eles. A dada altura, ele levantou-se, quando eu estava tentar conter as lágrimas.
- Vem cá. - Disse, acenando.
Eu aproximei-me, e ele envolveu-me com os seus braços. Acabei por chorar com a cabeça enterrada no seu peito.
- Eu tinha medo de vos perder... - Chorei
- olha para mim. - Pediu, segurando a minha cara entre as suas mãos. - Só nos perderás uma vez. Ou nós a ti, dependendo de quando Deus quiser levar algum de nós. Mas promete-me que daqui para a frente nos vais contar tudo, sem medo.
- Prometo. - Digo, olhando-o nos olhos.
E pronto. Assim foi. A Mãe ainda está um pouco na fase do "tens a certeza...?" Mas o meu pai está bem com a situação. Ficou no ar o que faríamos em relação à família, mas sei que os avós paternos e a Tia G. não têm problemas com a situação. O problema é mesmo a família conservadora da parte da mãe. Mas pronto, terei de enfrentar tudo isso. Para ser sincero, o meu maior medo era que os meus pais não me aceitassem. A partir do momento em que eles me aceitam, o resto é-me indiferente.
E no final disto tudo? Sinto-me tãããão leve :)
Cheers!! =D
3 comentário(s):
Fico tão feliz por terem aceitado, agora é sempre pra frente!
Não posso deixar de felicitar esses Pais!
Pena, neste nosso mundo, ainda serem tão poucos assim.
Abraço.
Realmente, é mesmo bom que eles tenham aceite bem. E sinto-me sortudo por ter pais assim... Tantas histórias que ouvi de pais que não aceitavam a sexualidade dos filhos... Fico feliz por ser quem sou x)
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