terça-feira, 31 de maio de 2011

Bullying

É um assunto que tem vindo imenso à baila. Quantas vezes não soube eu que algum adolescente se suicidou por causa disto?

A mim marca-me, porque já fui gozado durante algum tempo... Quando eu andava na primária, tinha as chamadas "orelhas de abano" gigantescas. Literalmente, quase mais de metade da minha cabeça era orelhas. Enfim... Era de tal maneira ridículo que a minha alcunha era, nada mais, nada menos do que Dumbo. Eu até achava o pequeno elefante fofinho... Mas pronto. Claro, eu sentia, mas não ligava ao que os "insultos" me faziam sentir. Lembro-me perfeitamente de um dia, tinha eu os meus sete/oito anos, uma rapariguinha decidiou meter-se comigo. "olha, olha", dizia ela, "Porque tens as orelhas tão grandes.?". Num lapso momentâneo de genialidade, inspiração e auto-defesa, respondi prontamente, sem refletir: "É para te ouvir melhor, minha netinha!". Ela olhou para mim espantada e eu dei meia volta, rindo-me da situação. Esse pequeno episódio ajudou-me a seguir em frente. Hoje, a cabeça cresceu e as orelhas mantiveram o seu tamanho. O que outrora parecia XXL, agora tem tamanho normal. É tudo relativo... Enfim.

Mas entristece-me, saber que alguém está a fazer sofrer tanto outra pessoa. Dá-me vontade de gritar a todos os Bulliers para se enfiarem num buraco de nunca mais de lá saírem. A falta de poder para fazer tal coisa, apenas me resta oferecer a minha ajuda a quem quer que necessite dela. Já conheci pessoas que pensaram em suicídio, conheço inclusive uma que chegou a ficar hospitalizada depois de se ter tentado matar. (Foi por razões diferentes de bullying, mas ainda assim, mexe comigo.)

Enfim, este é um assunto delicado que tem estado muito presente na minha memória. [Estejam descansados, não estou a pensar em acabar com a minha vida, até porque estou num dos momentos mais felizes da minha história, com o K. Mas é um assunto ultimamente muito badalado e que tem andado aqui a fazer-me comichão por trás da orelha...]

Cheers =D 

domingo, 29 de maio de 2011

Com um tia como a minha, como posso não ter em a alta a auto-estima?

Hoje veio cá a minha tia.
Tia: Olá sobrinho!
Eu: Olá tia!
Tia: Estás bom?
Eu: Sim.
Tia: Tu não estás bom, tu és bom, não é? ;)
Quando ouvi isto sentia a minha auto-estima a
subir
xD

sábado, 28 de maio de 2011

Um dia de duplos parabéns

Hoje o J.T. e o Tiago fizeram anos. A minha sorte é que decidiram fazer a festa em dois dias diferentes. Hoje foi a do Tiago. Fomos ver o Piratas das Caraíbas: Por estranhas marés. Agora não me sai a música da cabeça, mas enfim, eu gosto dela, ao menos isso x)

Acabei também a história "A Rosa Negra", mas já estou a preparar a sequela... x) Já há algum tempo que andava para acabar essa história. Mas não sei qual escreverei a seguir... Vou ver se tenho mais alguma planeada ou não.

Sobre o dia de hoje, não há muito mais a dizer... Lisboa ficou alagada de um momento para o outro, felizmente eu estava no abrigo da sala de cinema... x) Parecia que tinha acontecido um dilúvio enquanto lá estivemos. Mas voltámos todos bem e sequinhos.

E já estou de novo a cantarolar a música do pirata das caraíbas... xD Enfim, estou com a "Pirate Fever" xD

Cheers!! =D

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ontem não escrevi nada porque a única coisa fora do monótono que aconteceu foi eu ter comido duas pizzas ao almoço... Enfim... Hoje, a coisa andou mais ou menos. O almoço foi um bom caldo-verde, logo pela manhã tive teste de educação física e ao início da tarde tive uma das fichas de aula de matemática mais fáceis de sempre... x) Adoro sucessões :P Para quem ficou na dúvida as ditas "fichas de aula" são como que mini-testes, apenas sobre uma matéria que a minha stôra faz para consolidar aprendizagens e proporcionar uma oportunidade para subir um pouco (ou não) a nota. A mim correu-me bem e até fui dos primeiros a acabar.

Mas em Biologia, a aula a meio da tarde, tive a melhor surpresa da minha vida! O professor pôs-me a dar a aula, enquanto foi tratar de uns assuntos de primeira urgência. Não fui só eu, a minha "equipa de proto-professores" era composta pelo Tiago e pela Jéssica, uma amiga com quem me dou bem [Eu ela somos diferentes, mas compatíveis o suficiente para nunca ter havido problemas entre nós.]. Eu e ela apresentávamos os slides do powerpoint que o stôr nos proporcionou enquanto o Tiago ia passando o diapositivo. A turma é que não colaborou muito, até que o Dani mandou um berro daqueles resignados que só ele sabe fazer "Epá! Calem-se, se não tão atentos ao menos deixem ouvir quem quer aprender!". Mas enfim, lá conseguimos dar o que tínhamos a dar.

Não obstante estas situações que me agradaram, senti-me... Não muito bem comigo mesmo. É uma estupidez eu sentir-me assim... Ah, agora que me recordo, houve progressos com o Miguel... Bom, seguindo, em parte, um conselho do K., noutra parte, uma espontaneidade súbita, voltou a falar com ele. Estava cansado daquela situação... Por enquanto as coisas estão num bom rumo, veremos o que virá daqui para a frente. A partir daqui vai ser a apalpar terreno cuidadosamente. A propósito de ter voltado a falar com ele, um sentimento de saudade e inveja dominou-me o resto do dia quando me contou que ia passar a tarde na praia com o namorado dele... Lembrei-me do quando o K. gostava de poder estar na praia com o seu alguém especial, lembrei-me do quanto eu também gostava de poder fazer o mesmo. Lembrei-me de quanta distância nos separa, lembrei-me do quanto ele me disse que tinha medo de que eu não vivesse a minha vida em pleno por estar "preso" a esta relação. Pus a palavra entre aspas, porque não me sinto preso nesta relação, apenas sinto uma saudade enorme... Saudade, esse sentimento que encharca cada verso de um fado, que até chegou a dar nome a um... A Saudade e o desejo de poder estar com ele... É algo com que terei de aprender a viver, algo com que quero aprender a viver até ao dia em que esses sentimentos não passem de memórias do passado. Porque afinal de contas, é ele o rapaz que amo, e é com ele que eu quero estar... :)

Acho que por hoje, é tudo... Ah, amanhã o Tiago faz anos e vou à festa dele. Vamos ao cinema. Tenho falado também muito com a namorada dele, a Jú, que se tem mostrado como um grande apoio. Confiamos mutuamente um no outro sem reservas. Acho que ela é uma pessoa digna de confiança. x)

Cheers!! =D

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sintra

Sinto-me exausto! Fizemos o percurso queiroziano em Sintra, isto é, passamos pelos locais por onde passaram as personagens do livro Os Maias. Devo dizer que foi um passeio giro, e passámos em frente da Quinta da Regaleira, que me deixou nostálgico, já que é um dos meus sítios preferidos de Sintra. Aquela é de facto a vila romântica verde. Tantas recordações que tenho daqueles locais que, apesar de poucas vezes lá ter passado, os conheço bem, pois estão tal e qual como os deixara da última vez que lá estivera, precisamente quando fui ao parque de Monserrate, também um dos meus sítios prediletos e onde já sonhei até em trabalhar como guia. Estou a falar a sério! Se não conseguir seguir veterinária, é para lá que vou! x)

Enfim, o passeio foi agradável, sempre em boa companhia. Mas não pude deixar de pensar como seria passar ali algum tempo com o K. ... Caminhar por entre as árvores imponentes e antigas, sempre vigilantes com os seus longos e altos ramos cobertos de folhagem... Mas épico mesmo foi a parte final da visita. Depois de passarmos o arco de Seteais, fizemos como o guia pediu, olhámos para trás. E lá estava o pequeno descampado verde, emoldurado pelo arco de pedra clara antiga e trabalhada, tanto pelo homem como pelos elementos, numa pachorrenta imagem de entardecer sintrense. Ao longe, as árvores alinhadas manchavam de verde o pano de fundo. Mas era aquela serra majestosa, como dizia Eça, que dominava a cena, com os seus tons de violeta escuro repleto de manchas verdes, coroada, qual Rainha da Natureza, com o solitário Palácio, com as suas torres estendidas ao céu, quase tocando as nuvens, e aquelas cúpulas que resplandeciam ao Sol, refletindo os raios do astro-rei como se fossem cobertos de ouro valioso. Aquela imagem, essa sim, era mais valiosa do que ouro, digna de me ficar na mente. Sim, eu vejo da janela do meu quarto, a serra, entalada entre dois prédios, com o Palácio da Pena no topo, mas nada, nada, se compara à vista magnífica que proporcionava aquele quadro emoldurado a pedra antiga que por ali já vira passar tantos outros admirados tal como eu. E toda esta imagem, foi acompanhada de uma citação de Os Maias, proferida pelo guia com aquela sua voz maravilhosa de locutor de rádio, onde Eça descrevia pormenorizadamente esta esplendorosa magnificência. Eça de Queiroz usou palavras mais expressivas que as minhas claro, apesar de o meu discurso ter sido inspirado no excerto que ouvíamos. Mas tal como Eça viu à sua maneira aquela vista, também eu interpretei a paisagem à minha própria maneira. No entanto, algo é certo - ficar-me-á na memória, e servir-me-á de pretexto para lá voltar um dia. :)

E aqui fica para os mais curiosos, um retrato pobre daquilo que vi. Ao vivo, não se compara em nada à medíocre retratação de qualquer fotografia.

terça-feira, 24 de maio de 2011

I'm in a bad mood...

É raro eu estar de mau humor. O teste intermédio de matemática não me correu bem. É a primeira vez em muito tempo que um teste não me corre bem. E qual foi o problema? Distraí-me a gerir o meu tempo, já que não tinha o meu relógio tão amado que me foi dado pelos anos no pulso... Enfim... Mas essa é apenas uma das razões. Depois do teste, a Bia veio ter comigo. Perguntei-lhe como lhe tinha corrido o teste. Ela olhou-me. É estranho quando consigo perceber exatamente o que uma pessoa está a pensar apenas olhando-a nos olhos. Eu trinquei o lábio e suspirei de inquietação. Ela percebeu que eu tinha percebido e começou a chorar. Não lhe correra bem o teste. Mas eu sabia que algo mais estava errado. Detetei que havia outro motivo para ela estar ali comigo e não com o B., o namorado dela. Mas ela também percebeu isso, e informou-me que ela tinha acabado com ele.
- Quê?! - Perguntei. - Porquê?
- Estávamos a discutir, ele mandou-me para o c****o, eu dei-lhe uma chapada e ele bateu-me. E depois acabei com ele.
Eu fiquei estupefacto e mudei rapidamente de assunto, voltando ao teste, animando-a um pouco. Ela começou a queixar-se que já não ia seguir com matemática como queria, depois daquele teste.
- Oh, Bia, não sejas parva! - Argumentei. - Se deixasses de viver a tua vida por cada vez que ela te desse um obstáculo, nunca a viverias! Além disso, isto só te vai fazer forte e tentar ainda mais para o próximo.
Ela acabou por me dar razão. Mas na minha cabeça matutava o que ela me tinha contado sobre o B. Odeio, seriamente, odeio quando as pessoas usam a violência. Mas odeio ainda mais quando a usam em quem não merece! Fiquei enjoado com o tipo, digo desde já. E depois ainda me dizem que eu não tenho muitos motivos para não gostar dele, já que nem o conheço... Conheço-o bem demais, arriscaria dizer.
O dia foi um pouco assim... Quero dizer, continuei a rir com os meus colegas, por dentro, sentia-me desapontado e enraivecido. E de repente, sem saber bem como, senti-me perdido... Algo que já há muito não acontecia. Senti-me perdido. E não gosto de me sentir assim...
Enfim...

Cheers!! :)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

"E é amar-te assim, perdidamente..."

"... e é seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente"

Hoje acordei com esta música na cabeça, em sequência da última conversa que tive com o K.. Nessa conversa, consegui sentir o quanto ele se preocupa com o meu bem estar, ao ponto de às vezes se questionar se ele próprio é capaz de estar à altura de me fazer feliz. Eu diria que ele está muito além de me fazer feliz. A distância é um obstáculo, isso é certo, mas que desafios da ida não estão repletos desses obstáculos? Uns são mais difíceis, outros são mais facilmente ultrapassados, mas estão sempre presentes.
E como posso eu amar perdidamente alguém que está tão longe? Fui-me apaixonando aos poucos, pelo que ele escrevia e ainda escreve, pelo que ele me dizia... Pela forma como ele me fazia sorrir e finalmente pela forma como ele sorri. São as pequenas coisas que foram crescendo, sem o entrave da preocupação da beleza exterior ou inexistência dela na outra pessoa. Apaixonei-me pelo que de mais belo ele tem: o interior, o que ele tem dentro do seu coração. Aquela simpatia, aquele jeito de ser - amável, preocupado, inteligente, divertido. Nunca falha quando me quer fazer sorrir, até porque é algo que me está sempre a fazer. Claro, depois estive com ele. E se já me tinha apaixonado pelo interior, não demorou mais de um segundo a apaixonar-me por aquela figura alta, calma... Aquele sorriso e aqueles olhos que não me deixam a mente.
Se eu sou feliz com ele, apesar da distância? Como nunca fui. Se a distância às vezes me faz acordar com a saudade de o ter junto a mim? Certamente. Se não me importo de esperar um pouco mais por estar de novo com ele? É um baixo preço que tenho a pagar pelo que sinto quando estou com ele. Nada se compara àquele batimento rápido e forte do coração quando estou com ele, aquele sentimento de leveza no peito, como se tivéssemos voado para longe do mundo e só existíssemos nós os dois.

Se eu estaria melhor com alguém aqui perto de mim? Não me parece que fosse tão fácil encontrar alguém como ele na minha vida, não depois de ele me ter marcado de tal forma. E não, não sinto que esta relação me esteja a impedir de viver a minha vida, porque até agora nunca me tinha sentido tão vivo.

E é por isto que quero cantar a toda a gente, que és alma e sangue e vida em mim, e que te amo assim perdidamente :)

Cheers! =D

domingo, 22 de maio de 2011

Finalmente alguma paz...

Finalmente, consegui dormir descansado que nem uma pedra! E hoje assim que acordei fui ver o Paranormal Activity 2. Fiquei a perceber melhor alguns aspetos do primeiro filme mas, pessoalmente, prefiro o original. Enfim... Hoje é a maratona do cinema. A seguir, vou ver o Fame, um dos meus filmes de musicais preferido, logo a seguir ao Mamma Mia!, claro está... xD  E depois disso, verei os meus filmes preferidos de todos os tempos, aqueles a que consigo assistir vezes sem conta seguidas, aqueles filmes cuja história já quase de cor sei, mas que nunca me farto: Jurassic Park.

Desde pequeno que sou um nerd por dinossauros... Enfim... x) I like them :D

Cheers!! =D

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Tiago

O namorado da Jú. Já mencionei de certo estes dois, porque me dou muito com eles. Mas o Tiago tem-me surpreendido imenso pela positiva. Bom, primeiro, foi quando a Jú lhe contou que eu sou gay e que tenho um namorado e ele reagiu bem. Depois foi o poder falar com ele à vontade sobre o assunto sem problemas. E hoje aconteceu algo. Um pequeno momento, que me fez sentir uma grande consideração por aquele rapaz. Uma consideração e um respeito que nunca pensei vir a nutrir por ele.
- Que pulseira é essa? - Perguntou um colega nosso.
Reparei pela primeira vez na pulseira amarela que ele trazia ao pulso.
- É do apoio à luta contra a homofobia e descriminação... - Respondeu.
Eu olhei para ele, surpreendido. Os nossos olhares por pouco não se cruzaram, mas se o tivessem feito, ele receberia uma expressão de gratidão e de encorajamento. A verdade é essa, nunca achei que ele fosse uma pessoa má, só pensei que ele fosse reservado em certos assuntos. Acho que eu caí nas generalizações de que me tanto queixo que a sociedade faz. E acabei a levar um aviso de alarme. Eu já lhe tinha dito que não esperava uma reação tão recetiva da parte dele, mas isto ultrapassou as minhas expetativas largamente. Acho que a atitude dele é realmente louvável e digna de ser tomada como exemplo por todos aqueles que acham que ser homossexual é algo retorcido e anormal. eu sou um rapaz como outro qualquer. De tal maneira que quando a Jú soube, ficou surpreendida. Porquê? Porque não há nada de anormal em mim, nem nada de retorcido, apenas por ser gay. Aliás, a minha orientação sexual não define quem eu sou, a minha personalidade é que o faz. Não deixo de ser bom nem menos bom apenas por gostar de rapazes (e amar um em particular ;P). Só me entristece que haja muito mais gente que não concorda com isso do que gente como o Tiago...

Mas espero que isso mude um dia.

Cheers!! =D

Sleep!! Please Just Fall Asleep!!

É o que não tenho conseguido fazer: adormecer. Pelo menos não durante estes dois dias. Ontem até vim para casa mais cedo... Adormeci durante 15 minutos e senti-me melhor. Hoje, tal como ontem, só consegui adormecer depois da uma e acordei às três. Sei que adormeci durante uns momentos, porque sonhei (com motas... É uma das coisas que pouca gente sabe, mas eu adorava ter uma mota... xD provavelmente matar-me-ia, mas ao menos conheceria a diversão de andar numa). Mas acordei por volta das três e meia. Desde aí, tentei adormecer, mas nada! Acordaram os meus pais às sete e eu ainda ali, sem ter dormido... Tive de me levantar para ir para as aulas... Foi então que senti a cabeça parecia explodir, e doíam-me todas as articulações e músculos do corpo. Fui tomar um ben-u-ron, para as enxaquecas, e acabei por voltar a deitar-me. Aí adormeci que nem uma pedra, tal era o meu estado. Acordei às onze. Já me sentia melhor... Mas tive de faltar às aulas da manhã, enfim... É raro isto acontecer-me, apesar de eu ter o sono leve, consigo descansar. Mas hoje foi mesmo terrível... Ainda por cima vou ter as disciplinas de núcleo: Matemática A, Biologia e Geologia, e Física e Química A... "A" de "Ajudem-me-por-favor"! :C

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Rei Leão

É o filme de animação da minha infância, da minha vida. é o meu preferido de todo o sempre. Não, ele está num pódio especial. O Rei Leão é o filme de animação. Ponto final. Quando era novo, eu tinha um livro. Aqueles livros de cartão, que são adaptações resumidas do filme? As pessoas pediam-me para contar a história. E parecia que eu estava a ler! Mas sabem o que realmente acontecia? Eu já tinha ouvido os meus pais contarem-me aquela história tantas vezes, que eu já sabia o que é que eles contavam em cada imagem de cada página do livro! Ou seja, eu estava na realidade a citar a história de cor, orientando-me pela imagem que aparecia. E é no Rei Leão que encontro as mais carismáticas personagens que mais me marcam. O Simba, com a sua preocupação em ajudar as Leoas ao ver o estado degradado em que elas viviam, o Timon e o Pumba, com o seu lema despreocupado e sem problemas do Hakuna Matata, a diversão que me causava o riso estridente das três hienas. E nunca, nunca esquecerei, o temor que Scar me provocava, ou os calafrios que Zira me incutia na espinha. E eles tornaram-se os meus vilões preferidos. Até mesmo as minhas personagens preferidas no filme. Afinal, são elas que representam os monstros que se escondem debaixo da cama. Agora, para mim, representam também os monstros que se escondem dentro de mim, que eu aprisiono numa jaula de ossos, tal como Scar fez ao pobre Zazu. Enfim. É o filme da minha vida. 

E aqui está uma das minhas falas preferidas do Scar, onde ele consegue ser, ao mesmo tempo, sádico e cómico:

I just… LOVE SCAR

xD
- És tão estranho.
- Tu nem sabes quanto...
E uma homenagem aos meus dois vilões preferidos, em português e inglês: P.S.: A do Scar sei a letra em Inglês, Português e Francês ;D
SCAR - PREPARADOS / BE PREPARED [em português, a voz de Scar é dada por Rogério Samora]


ZIRA - HEI-DE ME VINGAR / MY LULLABY (em português, a voz e Zira é dada por Simone de Oliveira)


A parte mais engraçada sabem qual é? É que este filme foi lançado por cá no meu ano de nascimento x) Isso só faz dele ainda mais o filme da minha vida: já me acompanha "desde o dia em que ao mundo chegamos", tal como diz o primeiro verso da música "Ciclo Sem Fim" ("The Circle of Life"), a introdução do filme... Enfim, bons tempos... Dá-me vontade de rever... acho que vou buscar o DVD xD

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ele hoje ligou-me. Soube tão bem voltar a ouvir a sua voz... O meu coração batia desenfreadamente, e eu só conseguia olhar, sonhador, pela janela, imaginando-o junto a mim. Quando desligamos, depois de o ouvir dizer que me ama, e de lhe ter dito o mesmo, sentei-me na cama, a olhar para o tecto, relembrando a tarde que passámos juntos. Quero tanto voltar a fazê-lo... Estar com ele, é o tópico no topo da minha lista de desejos, é tudo o que quero neste momento.

A Jú quis logo que lhe contasse como é que correu. Sim, ela e o namorado já sabem acerca de mim. Eles são um casal surpreendente, e apoiam-me imenso. Até mesmo o Tiago, que eu pensei que me ia tratar de forma diferente, me surpreendeu, porque aceitou tão bem. Aliás, ele até ficou curioso com a situação. É bom saber que tenho amigos assim, que demonstram que são isso mesmo - amigos. A melhor parte é que eu sou a vela oficial deles os dois, porque passo imenso tempo com eles. Bom, costumo passar mais tempo com ela do que com o Tiago, mas ultimamente tenho sentido uma aproximação, provavelmente devido à curiosidade que ele sente em relação ao facto de eu ser gay. Hoje aconteceu um episódio engraçado. Eu estava a comentar isso de eu ser a vela deles, enquanto eles caminhavam de mãos dadas, quando a Jú me sai com uma "oh, queres que eu te dê a mão também, é?". Ela ofereceu-me a mão e eu correspondi, rindo. O Tiago, fingidamente, olhou para mim com uma cara ciumenta, com o olhar do tigre. Eu larguei a mão da Jú e, rindo, comento "Está descansado, que ela não faz o meu género!". Ele sorriu, agitando a cabeça como que dizendo "tirem-me deste filme" e eu e a Jú desatámos a rir. Sabe bem poder ser eu mesmo junto a eles... Enfim. é o que eu chamo "amizade".

Cheers!! =D

Não tenho nada contra irmãos mais novos... que não sejam o meu -.-

O miúdo (que é para não usar um outro termo da gíria menos formosa começado por "p"), é mesmo! Graa! Hoje de manhã, já passava da hora de ir para a escola e ainda estava a jogar na playstation. Mandei-o para a escola.
Ele: Já vou [como sempre diz]
Eu: Não é já vou, é já! [como sempre lhe dizemos]
Ele: Oh, tem calma!
Eu: é por teres calma que chegas sempre tarde ás aulas! Desliga isso!
Ele: ...
Eu: Tenho de te fazer como aos meninos pequenos? Contar até três?
Ele: ...
Eu: Ok! Que assim seja. Vou contra até três, como se faz às criancinhas: se não desligas isso, desligo eu.
Ele: Oh
Eu: Um...
Ele: (olha para mim e depois para o ecrã)
Eu: Dois...
Ele: (levanta-se e olha para mim de braços abertos, revoltado) Oh, Ragdoll!
Eu: Três! (vou até à playstation e desligo-a na tomada)
Ele: Oh! (atira com o comando para cima da mesa)
Eu: Olha lá que isso não é para partir!
Ele: Está calado!
Eu: Olha aí o respeito! Não sou teu pai mas também não tenho a tua idade!
Depois acabei por ter de ir embora, para o teste intermédio de Biologia (que por acaso correu bem). Podem pensar que eu fui demasiado brusco com ele. Mas há anos que os meus pais tentam a mesma coisa: dizer-lhe para fazer as coisas, repetir até ele ficar chateado por estarem sempre a revirarem-lhe o juízo e acaba por fazer. Se a minha Tia estivesse aqui diria "uma semana comigo e a ver se não ficava fino...". Há anos que acontece sempre a mesma rotina. Tenho de estar a dizer-lhe para fazer as coisas vezes sem conta, e acabo por me chatear eu e ele. E porquê? Porque não está habituado a olhar para as horas e perde-se no tempo. A minha mãe passa paninhos quentes "que queres, ele é assim...". Não, ele não é assim, ele está é mal habituado a não gerir o tempo. Comigo, finito, acabou. E a parte mais surpreendente? Foi quando voltei a casa e ele ainda cá estava.
Eu: ainda cá estás?!
Ele: não fui ás aulas da manhã...
Eu: Porquê?
Ele: estou doente, e estou cansado.
Eu: ok, e falaste com a mãe?
Ele (senta-se em frente ao computador já ligado) sim.
Eu: ah! Lindo! E depois ela admira-se! Quem me dera a mim poder não ir às aulas quando estou cansado! Mas para jogares no computador já não estás cansado!
Ele: Estou cansado das pernas! Estou sentado a descansar!
Eu: Das pernas?! E eu que passei a semana passada toda cansado, que tive a visita de estudo na quarta e aulas de Educação Física na terça e na sexta? Passei a semana inteira cansado e fui na mesma às aulas! Essa é boa! E admira-me como a mãe concordou com isso!
Ele: Mas não estou só cansado, estou doente!
Eu: quando estás doente vais é deitar-te para descansar como deve de ser, não é ficar em frente ao computador. E aviso desde já que quando eu disser para ires para a escola é para...
Ele: (começa a falar ao mesmo tempo que eu)
Eu: CALA-TE E DEIXA-ME FALAR! (Já há anos que não usava aquele tom de voz com ninguém... Um tom que eu odeio usar: autoritário, grave... Tal como às vezes o meu pai faz e também não gosta de fazer.)
Ele: Eu estava a responder ao que tinhas dito, depois é que começaste a falar...
Eu: Pois, mas quando eu terminei a frase continuei a falar, porque aquilo que eu disse não era para responderes, era para ouvir e calar. Por isso, quando eu disser para ires para a escola, desligas isso, ou então faço como hoje de manhã e desligo isso na corrente depois de contar até três. Está percebido?
Ele: Não.
Eu: Não percebeste o que aconteceu hoje de manhã?
Ele: sim...
Eu: Então é exatamente o mesmo. 
Ele: Oh!...
Eu: E se tens alguma queixa a fazer, diz ao pai e à mãe, eles que venham falar comigo que eu explico a situação. Se não gostarem, têm bom remédio, que venham eles aturar-te de manhã. O método deles de te azucrinar a paciência até fazeres o que querem não resulta muito bem. Eu passo a dizer uma vez, à segunda ajo.
E assim ficámos. Veremos como ele se porta daqui em diante. Eu sou uma pessoa paciente por natureza, mas quando certas coisas me ficam atravessadas na garganta... Sou do pior. E não gosto disso. Não me sinto bem a ser assim nem as pessoas gostam quando assim sou. Mas quando tem de ser, tem de ser. Se ele não aprende a gerir o seu tempo agora, quando o fará? Quando for morar sozinho e morrer de fome porque esteve tão ocupado no vício do computador que caiu para o lado? (já aconteceu ele ter-se esquecido de ir comer por causa disso...!)

É por isso que digo: "Não tenho nada contra os irmãos mais novos dos outros. O meu é que é um mau exemplo."

Cheers!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Os Maias (xP)

Hoje tive um teste de Inglês de manhã e à tarde, a stôra de português espetou-nos com um teste de leitura acerca d'Os Maias. A princípio, olhei para o papel. "Como raios vou fazer isto...?" Tinha de relacionar as personagens do livro com o que elas representavam, o que era criticado através delas, e dar dois exemplos da História que remetessem para a necessidade de serem feitas tais críticas. Sentia  a cabeça vazia...  Depois li que podíamos usar os apontamentos da palestra a que tínhamos assistido na quinta-feira passada. Aí o cérebro começou a trabalhar a mil à hora. Lembrei-me do facto de as personagens do livro serem ociosas - Tinham os meios para melhorar o país mas não o faziam - lembrei-me que poderia relacionar isso com a independência do Brasil. Aquele grito do Ipiranga que roubou, por assim dizer, a Portugal a principal fonte de riquezas. E o que é que o governo da altura (leia-se Rei, nobres, burgueses, enfim, quem poderia fazer a diferença) fazia? Deixava-se estar. Deixai vir o dinheiro que o gastamos, em vez de investirmos. Foi-se a fonte monetária, cai a crise. Oh sim, e podia relacionar o comentário que João da Ega tanto fazia, que o país só importava do estrangeiro, tentando fazê-lo seu, perdendo identidade. E que episódio da história poderia retratar esse desastroso comportamento? Ora, o Ultimato Inglês cuja aceitação por parte de D. Luís levaria à morte do Rei e do Príncipe herdeiro. Inglaterra ameaça cortar o apoio militar, e ainda diz que deixa de exportar os seus tecidos para Portugal. E não é que Portugal está tão dependente financeiramente do estrangeiro, que opta por dar de mão beijada as colónias do centro de África? Para mim, é uma perda de identidade, de independência, de orgulho. Releio o papel antes de iniciar a conclusão do texto. Deuses, no enunciado menciona apenas Lisboa, não Portugal, do século XIX... Mas quem fala em Lisboa, fala em Portugal, não? Não é ela o coração do País, a cidade capital? Lisboa serve de palco das atrocidades das personagens, uma metáfora do país, "é usada como meio de criticar a sociedade no geral, mas nenhum português em particular." Termino o texto com esta frase e olho para o relógio. Faltam dez minutos para o tempo. Observo a folha. "Stôra! Acho que ultrapassei o limite de 300 palavras!" digo, estupefacto comigo mesmo. A stôra diz que posso passar 10% do limite. Conto as palavras. Afinal, por doze palavras, não cheguei às 300. Menos mal...Isto serviu-me para reviver aquele gosto que sempre tive por História... Veremos que nota tenho...

Credo, este texto está mais extenso que eu queria... Tal  qual o teste de leitura. Enfim, quando começo, nunca mais acabo...

Fiquei com a vontade de voltar a rever os meus manuais de História dos anos passados... [Quando o K. ler isto já me dá na cabeça que eu devia era estar a estudar Química, em vez de uma disciplina que já nem sequer tenho... xD]

Cheers!! =D
Estou aqui sentado à cinco dez minutos a olhar para o meu ecrã, sem saber o que escrever... Hoje acordei meio esquisito. Não sei explicar, só me sinto assim... Como hei-de dizer? Com um mau presságio? Talvez seja o medo a falar mais alto. O medo de perder aquilo por que estou a passar. O medo de o perder a ele. Olho à minha volta e não me sinto em casa. Casa. Isso é onde está o meu coração. É onde ele está, é nos braços dele. Algo que nunca me abandona, felizmente, é a esperança de poder voltar a estar com ele. Dizem que a história tem tendência a repetir-se...

A minha história está a repetir-se. Não completamente, e ainda bem. Mas as linhas básicas são as mesmas, sim, no entanto o resto, isso é tudo completamente diferente. E são essas coisas diferentes, essas coisas que realmente me fazem sentir feliz e não como se eu estivesse a viver uma mentira que me fazem ter força para o seguir em frente. Não ter medo de dizer que o amo, pois sei que não estou a mentir. Mas cometi erros no passado. Não quero cometer os mesmos erros. Não quero voltar a fazer o mesmo que fiz antes. Não quero tornar o que estou a viver agora algo como o que já vivi num passado que me parece agora distante. Por dentro sinto esse medo. Misturado com a alegria que ele me dá.

No passado, aconteceu o que aconteceu porque eu queria esconder de mim mesmo quem eu realmente era. Agora, acontece o que acontece porque tive finalmente a coragem de mostrar quem sou realmente. Mas os fantasmas do passado ainda me assombram à noite, ainda me picam o âmago, tentado apoderar-se de mim. Quando isso acontece, lembro-me do seu sorriso. Dos seus olhos verdes. Da sua voz calma e paciente. Lembro-me do fogo que o sei beijo deixou na minha boca. E os fantasmas do passado fogem. É o amor.

Um amor à distância. É difícil, mas não é impossível.

:)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Primo

Ele é um rapaz que sempre me surpreende. Com os seus cinco anos, cá em minha casa, saiu-se com um episódio engraçado que, se já lembrei aqui no blogue, volto a reescrever:
Eu: O meu computador agora está lento...
Primo: Porquê?
Eu: Já é velho...
Primo: Compra um novo...
Eu: Não tenho dinheiro...
Primo: Pede aos teus pais!
Eu: Mas eles também não têm dinheiro! xD
Primo: Mas eles vão ao banco!
E para ele a questão estava resolvida...LOL. Esse mesmo meu primo [que é loiro, mas não é nada burro ;)] veio cá no Sábado. Estávamos no PC e, do nada ele pergunta-me:
- Na Páscoa viste a novela que deu na TV?
Eu: Novela...? Acho que não... Qual Novela?
Primo: Aquela!! Como "Mamma mia, here I go again, my my, how can I resist you"
Eu abri os olhos, escancarei um sorriso e comentei: Ha, vi! Era um filme, mas sim, vi. Gostaste de ver? E ele respondeu que sim. E começámos a cantar. Sim, adorei o file Mamma Mia! acho que é um dos meus preferidos... Enfim. Mamma Mia, é um das minhas músicas preferidas dos ABBA. As outras são The Winner Takes it All; Money, Money, Money e Honey, Honey. Eu fiquei surpreendido que o primo soubesse a música. (Bom, ele não sabe inglês, por isso não sabe exatamente cantar a letra, mas trauteia a música com o ritmo certo e as palavras que balbucia até são bem parecidas com aquilo que se ouve.). Mas então, o meu primo fez-me as delícias quando começou a cantar a Honey Honey. Decidi então ligar o meu MP4 às colunas, coloquei essa música e começámos os dois a cantar (e dançar) em conjunto ;P

E uma das razões porque tanto gosto da Honey Honey é porque me faz lembrar o K.

Honey, honey, how he thrills me 
Ah-ah, honey, honey,
Honey, honey, nearly kills me,
 Ah-ah, honey, honey.
I've heard about him before,
I wanted to know some more.
Now I know what they mean,
He's love machine
Oh he makes me dizzy!

Mas se me perguntarem qual a minha música preferida dos ABBA, de todas elas, acho que responderia, sem hesitar, The Winner Takes it All. É mais do que uma música, é uma história de uma mulher que se expressa o melhor que pode, num silencioso apelo a ser ouvida e aliviada da dor que carrega no peito. Épico, é a palavra certa para descrever. E a performance da Meryl Streep no filme ao interpretar esta canção só corrobora as minhas palavras.

domingo, 15 de maio de 2011

Visita de Estudo

[Este texto foi escrito no dia 11, no dia da visita de estudo, mas, devido a alguns problemas com o blogger, acabei por publicá-lo depois de umas edições que fiz, e o site assumiu que o queria publicar hoje...]

Não há muito a dizer. Foi uma visita de estudo agradável, mas normal... Para dizer a verdade, não sei se a conseguiria descrever... Digamos apenas que andei pelo mato e fomos a duas praias. Passei bons momentos com a turma. Quando cheguei a casa, constatei que não tinha a chave da porta. Muito bem, hoje é o dia em que o meu irmão sai mais cedo, por isso às cinco e cinquenta, ou seis já devia estar ali a abrir-me a porta... Pensei que tinha de esperar só dez minutos. Para mal dos meus pecados, o meu irmão foi para casa de um colega dele. E os meus pais andaram a passear. Resultado? Dez para as sete e chegam os meus pais à porta do prédio (reconheci a tossidela típica do meu pai). Arrastei-me pelo corredor do edifício, abrindo a porta. Eles olharam para mim surpreendidos, por me verem ali, ainda de mala às costas.
- Duas horas. - Disse, com uma voz grave. - Duas horas de eterna seca.
E eles riram-se! Mas, como lhes disse, a propósito de refilarem que muitas vezes me atraso à procura das chaves, é que eu não gosto de sair de casa sem levar as chaves. O que me vale e o Solitário no meu telem´vel, que sempre vai dando para passar o tempo...
Mas esse tempo foi passado muito dele a divagar (ainda para mais depois de o meu mp4 ter estoirado a bateria... É a acumulação de azares de fim do dia...). E divaguei por pensamentos que preferia não recordar, por serem maus, outros que preferia não ter recordado, porque eram tão bons... E queria tanto que se repetissem... Mas ainda vou ter de esperar algum tempo para que tal aconteça... Claro que o meu pensamento recaiu no K. [primeiro até foi a frustração de não poder estar a falar com ele porque o raio de um adolescente atrasado para a visita de estudo se esqueceu das chaves coma  pressa de chegar à escola a tempo...]. Eu penso muito nele. Ás vezes até inconscientemente. Aquele sorriso, aqueles olhos verdes... São duas das características dele que mais me marcam. Claro, duas das muitas que me marcam. Ele escreveu que eu tinha pedacinhos dele. Assim como ele tem pedacinhos meus. É o amor. Que é que se há-de fazer?

O rapaz é inteligente...

Ontem, eu e um rapaz de oito anos estávamos a jogar um jogo no PC em que tínhamos de caçar umas bolas gelatinosas tipo lesmas para apanhar um material que servia para criar poções de cura.
Eu: Pois... Acho que precisamos de mais poções...
Ele: Sim, mas vamos precisar de caçar lesmas, então!
Eu: pois... Mas não encontro nenhuma agora...
Ele: Então tens de encontrar depressa, precisamos mesmo da proteína dada pelas lesmas para fazermos as poções!

Fiquei surpreendido. Um rapazinho de oito anos a dizer uma coisa daquelas, confiante de que fazia sentido, é incrível porque, de facto, faz sentido, apesar de estar integrado num jogo um pouco afastado do realismo. Só resta dizer que ele é uma mente promissora ;)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vox Populi & Closer to The Edge

30 Seconds To Mars. São estas duas músicas deles que tenho andado a ouvir vezes sem conta. Acho simplesmente épico o início da Vox Populi (já o estou a imaginar na cabeça, as pessoas a marcarem o ritmo "stomp stomp clap, stomp stomp clap, stomp stomp clap stomp stomp stomp clap This is a call to arms, gather soldiers, time to go to war. This is a battle song, brothers and sisters time to go to war." *.*). Claro, depois a parte em que o público brilha na Closer to The Edge é simplesmente linda e cheia de significado para mim "No no no no, I will never forget, No No, I will never regret, No No I will live my life, No No No No".

Mas hoje, lembrei-me de uma parte de um refrão de uma música que me fez lembrar o K. ...

Sorrow lasts trough this night
I'll take this piece of you
And hold for all eternety
For just one second I felt whole
As you flew right through me
Flyleaf - Sorrow

Acho que não preciso de dizer muito mais x)

Enfim, mas o dia não foi mau de todo.

(Outra música que descobri que me agrado [até eu me surpreendi por gostar disto...], foi uma cover da Umbrella que uma banda de rock fez, os All Time Low. A letra da música e o ritmo são os originais, mas os instrumentos mudam completamente. Mas agradou-me ;P )

terça-feira, 10 de maio de 2011

Desejo Apertado no Meu Âmago

É algo que sempre me está presente, que quero deixar de lado até ao dia... Até ao dia em que volte a ser de novo um só com ele. é o desejo de sentir nos meus lábios o toque morno dos seus, aquele doce sabor que tanto persegue os meus sonhos e que não me deixa descansar sem pensa nele. Aquele desejo de voltar a sentir de novo o toque da sua mão na minha. Aquele desejo de sentir novamente o seu corpo quente apertado contra o meu naquele abraço que já transcende o "especial". Aquele desejo de ouvir a sua voz formar a palavra "amo-te". Aquele desejo de pousar a minha mão na sua perna casualmente, ou no seu ombro para o confortar. Aquele desejo que tento reprimir para não o fazer sentir-se triste. Aquele desejo que já não consigo reprimir e que me deixa ansioso. Ansioso por voltar a estar com ele. Ansioso por voltar a tocá-lo. Ansioso por voltar a beijá-lo. Ansioso por voltar a dizer-lhe "Amo-te, K.".

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mmm... Que há para dizer? Oh sim! Laugh!

Hoje, tive momentos bons e momentos menos bons... Até tive um momento misto! Confuso? Passo a explicar ;) Ora, na aula de química, eu e a Jú rimos a bom rir, com recordações de infância, como aquilo que dizíamos mal quando éramos crianças. Na minha lista encontra-se "Lua" em vez de "Rua", "Tubarão" em vez de "Camarão" [É o que dá, porem um puto de quatro anos a ver o Discovery Só pensa em tubarões xD], e "Frijerífico" em vez de "Frigorífico". E depois a tentarmos ler o que tínhamos de fazer na aula, para a Jú, as coisas deram para o torto. Primeiro, a ler "chuvas ácidas", sabe-se lá como a rapariga fez tal coisa, leu em voz alta "ácidas chuvas". E pouco depois, em vez de ler "Desflorestação", leu, "desfloração". Coitada... desde que foi desflorada não pensa noutra coisa... xD Depois da aula de química, fui meter-me um pouco no campo de futebol. Erro! Foi aqui que aconteceu aquele momento misto entre bom e mau. Bom porque fez rir, mau porque o motivo de risota foi o facto de eu sentir as minhas nozes estalar com uma bolada em cheio entre as pernas! xD Mas estou bem, não se preocupem, passou depressa. Mas nunca mais volto a aproximar-me daquele meu colega quando ele tiver uma bola nos pés... xD

O momento mau foi com o Miguel. Vamos resumir, ele fez-me sentir mal comigo mesmo, fez-me pensar que às vezes se calhar não me devia importar tanto com os outros... Mas enfim, é algo que faço por gosto, faz parte de mim e não consigo evitar fazer. E pelo que dizem, é algo que faço bem, por isso não vou deixar de ajudar aqueles que procurarem a minha ajuda por causa dos caprichos de uma vil criatura que mais valia não ter entrado na minha vida... Enfim, coisas que acontecem...

Mas tenho esperanças de ainda dar umas boas gargalhadas e, inclusive, de fazer alguém rir. ;)

Cheers! =D

domingo, 8 de maio de 2011

Por Vezes...

Por vezes esqueço. Esqueço o que passei, esqueço o que sofri. Mas as coisas voltam ao de cima. Agora não passam de recordações, e sinto-me grato por tal acontecer. Sinto-me grato por ter encontrado a minha felicidade. Mas o passado é algo que não se esquece completamente, apenas por vezes. Os Fantasmas do passado ainda me atormentam. Ainda sinto o medo de voltar de novo ao que era antes e que não é agora. Mas quando relembro, é porque sei que ainda há pessoas a passar por aquilo que eu passei, por aquilo que tanto me deitou abaixo, tanto me amargurou, por aquilo que me tornava por fora alguém sorridente mas que por dentro me tornava uma criatura amargurada, que se sentia abandonada, perdida neste mundo. E depois lembrei-me de uma música dos My Chemical Romance. Uma música que é uma das minhas preferidas. E cujo refrão me ajudava a continuar.

I am not afraid to keep on living
I am not afraid to walk this world alone
Honey if you stay, you'll be forgiven,
Nothing you can say can stop me going home.
My Chemical Romance - Famous Last Words

É isso que é preciso. Não ter medo de viver, não ter medo de caminhar sozinho num mundo cruel, porque nada nos impedirá de chegar a casa, àquele local, momento e/ou pessoa que nos faz sentir bem. Claro, as palavras do refrão ajudavam-me a encarar a vida porque eu tinha medo de continuar viver, o que significava sofrer, tinha medo de caminhar sozinho, o que significava sentir-me abandonado aos elementos erosivos do mundo e da sociedade. Mas nada me podia impedir de ir para casa. E quem quer que ficasse lado a lado comigo, como referido no verso "Honey if you stay you'll be forgiven", seria meu amigo, alguém a quem eu perdoaria qualquer erro, desde que me apoiasse incondicionalmente. Claro, esta era a minha interpretação da música, cada um terá a sua. Mas se na altura eu já sabia que havia mais pessoas a passar pelo mesmo que eu, agora sei melhor do que ninguém o que é o alívio de ver esses dias para trás das minhas costas. No entanto, a lembrança desses dias continua cá...

E por isso, digo a todos os que passam pelo que eu passei, que têm de enfrentar os obstáculos como algo que vos fortalece. Têm de perder o medo de viver e de caminhar neste mundo, quer seja sozinho, quer acompanhado, e acima de tudo não podem deixar que nada, nada, nem mesmo pessoas, situações, locais, momentos, recordações, mágoas passadas, vos impeçam de encontrar o vosso caminho para "casa".

sábado, 7 de maio de 2011

Aquela sensação de satisfação...

... quando sei que sou uma das únicas quatro pessoas que consegue fazer rir o meu "primo emprestado" SEMPRE que ele nos vê...

Ele é um rapazinho de quatro meses, que foi batizado hoje. Os meus pais foram os padrinhos. Já conhecemos o casal há mais de um ano, penso? São amigos da família. E o pequerrucho já é como um primo aos meus olhos. Por isso digo que é Primo Emprestado. E hoje estive a brincar com ele. A fazê-lo rir-se, quando ele estava deitado em cima da mesa. Naquele momento, quando aquele bebé me fez aquele sorriso, o mais genuíno que se pode encontrar, eu soube que o amava. Parece estranho? Mas sim, ele é para mim como um membro da família. Aqueles olhos expressivos, que quando os vi pela primeira vez eram de um preto-azulado, estão agora castanhos escuros, orlados por aquela cor que tinham quando nasceu. E foi nesse momento que tive uma prova de que eu seria capaz de amar uma criança como sendo meu filho, mesmo que não fosse sangue do meu sangue. Não é tão difícil como possa parecer a alguns. Eu sempre pensei em ter filhos, e já referi isso antes no blogue. Mas desde que me assumi, que tive umas ligeiras mudanças sobre o assunto. Para mim deixou de fazer sentido ter um filho sangue do meu sangue, porque isso significaria ter de pagar a uma barriga de aluguer. E com tantas crianças que precisam de ser adotadas por pais dispostos a amá-las, acho que seria simplesmente desnecessário no meu caso, já que o facto de eu não poder ter filhos com a pessoa que amo se deve à minha sexualidade e não a alguma doença que me impossibilite de o fazer.

E digam lá se não é impossível não nos apaixonar-mos por um sorriso como o deste bebé...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O que o meu nome diz sobre mim.

Eu estava cético, a ler aquele quadro antigo que tinha o meu nome e o seu significado e a minha personalidade consoante o nome. E nele podia-se ler, nos traços de personalidade:

Oscila durante muito tempo entre dois pólos: asolidão e avida em sociedade (Humm... Check.), a dúvida e a confiança [Totally me O.O], o essencial e o supérfluo [Nãão... Para mim "somente o necessário, o extraordinário é demais"! E daí... Ás vezes tenho umas pancas um bocado para o supérfluas... Check]. Tem um temperamento criativo e grande força de vontade. [Bom, ás vezes não parece, mas sim, tenho uma força de vontade, leia-se teimosia, de invejar. E criativo? Bom, you tell me. Mas acho que sim, que sou criativo.]
No fundo é um apaixonado que tenta dominar-se, um individualista que tenta adaptar-se. [Ceck aaaand check...] O tempo é o seu aliado e joga a seu favor. [Há uns tempos eu não diria isso... Mas temos de dar tempo ao tempo, e ele pode trazer-nos coisas fantásticas ;)]

quinta-feira, 5 de maio de 2011

J.T.

Ultimamente a minha vida tem girado à volta de pessoas. Costuma ser à volta dos sentimentos, mas as coisas estão diferentes. Hoje eu perguntei ao J.T., sendo ele da mesma turma que a Bia, se lhe podia pedir para ela vir ter comigo, que eu precisava de falar urgentemente com ela sobre um assunto. Esse assunto era o Miguel, mas enfim. Agora à pouco, ele perguntou-me o que queria eu falar com a Carolina. Disse-lhe de que se tratava. E depois ele perguntou: "E porque é que tens essa data no teu nick: 30/4/11?". O meu coração começou a bater mais depressa. "Porque tive um dia bom...". Mas ele não se deu por satisfeito.
- E porque é que foi um dia bom?
- Porque fui ter com uma pessoa, e depois fui ao Karaoke com o meu pai...- Informo.
- Uma pessoa?
- Sim...
- Porque é que tu e a Bia me contam sempre as coisas em último?
- Não é uma questão disso, é só que eu não sei se reagirias bem ou mal...
- Porque é que havia de reagir mal?
- Porque eu namoro com essa pessoa... E essa pessoa é um rapaz... Não te contei antes porque não sei qual a tua opinião...
E então, fiquei preocupado. Eu acabara de dizer ao meu melhor amigo que sou gay, e não fazia a mínima ideia de como ele iria reagir.
- A minha opinião sobre as outras pessoas? Não importa. Tu és o meu melhor amigo à 11 anos, não é por causa disso que me ia afastar de ti.
Senti-me aliviado. Ele acrescentou que não queria servir de vela. Eu respondi que não tinha intenções de ter velas ao meu redor quando estiver de novo com o K.. xD. Acabei por lhe pedir desculpa por ter tido receio de lhe contar. Mas ele parece ter aceite bem e de forma compreensiva. :) Mais uma boa surpresa para o dia de hoje. Sinto-me bem com todo este apoio por parte das pessoas a quem contei, e espero que muitos tenham a mesma sorte que eu tive de ter amigos compreensivos e de mente aberta, que vos apoiem incondicionalmente.

Cheers =D

C.

É uma letra curta. Bom, eu já falei nas gémeas. A I. é a tal rapariga que gosta de raparigas x) E a C. é a irmã gémea dela. E ela é uma pessoa carinhosa e, surpreendentemente, uma ativista em relação aos direitos LGBT. Bom, não é assim tão surpreendente quando ela sabe a situação em que a sua irmã está, mas, ainda assim, isso demonstra que ela é uma pessoa corajosa de caráter louvável. Ela contou-me que ainda há pouco tempo, na disciplina de Português, fez uma apresentação oral sobre os direitos LGBT. Ela comentou que não gostou da reação da turma e até mesmo da da professora. Entristeceu-me saber que assim aconteceu, apesar dos esforços dela por mostrar um ponto de vista nobre. Quando lhe contei que tenho um namorado, ela não ficou nem confusa, nem surpreendida. A primeira coisa que ela me disse foi "Awww *.* Tão fofos! Fico feliz por ti :)". Isto arrancou-me um sorriso da cara, mas o que ela me disse a seguir, ainda me fez ficar mais feliz por ter amigos destes.
- Estás na escola? - Pergunta, por sms.
- Não, já estou em casa... Mas querias falar pessoalmente comigo, era? - Respondo, um pouco receoso.
- Não era isso, é que queria dar-te um abraço!
- Um abraço, porquê? - Interrogo, com um sorriso na cara.
- Porque estou feliz por ti!
E ela deu-me hoje esse abraço. Ela sempre foi uma pessoa afetuosa, mas nunca me tinha dado um abraço tão longoo x) [K., está descansado, que não troco os teus abraços por nada deste mundo, a não ser por um beijo teu ;)]. E foi mesmo em frente à minha turma. Só reparei nisso pouco depois de ela me ter soltado. Sentia-me constrangido e feliz ao mesmo tempo. Estou mesmo carente! x)

Devo admitir que o abraço fez-me o dia. E depois de ter tido o teste intermédio de Química... Por acaso até me correu bem, valha-me isso.

Do Miguel, nem sinal. Pela primeira vez depois desta situação, não me enviou nenhuma sms nem me falou. Cruzámo-nos na escola, senti o ambiente de gelar o sangue, mas nada mais. Já está a evoluir para um caminho mais agradável, se é que esta situação se pode tornar nisso...

Cheers!! =D 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quando é que isto acaba..?

O rapaz é pior que as lapas, não me larga. Sempre a mandar sms, como se eu fosse responder! Refiro-me ao Miguel, como devem calcular... A penúltima sms que ele me enviou foi a dizer "Não aguento que fiquemos de costas voltadas, não vou deixar as coisas assim, vou lutar para te reconquistar". Enfim, não lhe respondi. Uma vez que eu tinha bloqueado o seu contato no msn, ele resolveu-se a usar o mail antigo! É manhoso, o bicho, hun? Enfim. O meu nick do msn era a tradução de uma frase que eu adorei por me ter feito rir, e diz o seguinte: "A rapariga casou com o príncipe, e o homem mau morreu. Esta semana deve ter sido patrocinada pela Disney xD". Ele entrou no msn com a sua conta antiga e disse "o homem mau pode fazer muito pior do que morrer". Eu detetei imediatamente a mensagem subliminar daquelas palavras, mas não fiz caso, e apenas disse "Miguel, o que é que queres? É que não sei se percebeste, pelo facto de eu não te responder às sms, que não quero falar contigo.". Ao que ele responde: "Pois, mas eu não ligo a isso!". Acabou de admitir que não liga ao que eu faço, que boooom.. -.- Bloqueei o seu antigo contato, para evitar ter de o ouvir mais. Mas nem assim... Voltou a mandar uma sms, mas desta vez muito mais explicita, dizendo: "agora vais ver como o homem pode ser mau". Estive para lhe enviar uma sms a perguntar: "Isso é uma ameaça?!". Mas acabei por não o fazer. Se ele acha que me pode atingir, tudo bem, que faça o que bem entender. Eu só sei de uma coisa - ele não tem forma de me atingir. Tenho tudo o que quero e preciso: amigos que me apoiam tal e qual como sou e em quem posso confiar, um namorado que amo e que sente o mesmo por mim. Tenho a meu lado as pessoas mais importantes da minha vida. Como apoio delas, sei que consigo superar qualquer obstáculo que o Miguel queira criar. E o que farei contra isso? Absolutamente nada. Não lhe vou dar a importância que ele não merece. Esta amizade já há muito que está a cair aos bocados e, desta vez, não há meio de a reparar.

No meio desta batalha toda, ainda luto para conseguir estudar... Mas acabo sempre a divagar da matéria... Maldita química... Enfim.

Falando em divagar...

Quero estar assim contigo, K. ;)

A pain in the neck...

Ontem teu e a Bia começámos a falar do Miguel. Ele contou-lhe que eu estava chateado com ele. E ela tentou defendê-lo. Mas parece que ele omitiu convenientemente as palavras duras que me tinha dirigido... Até porque a Bia ficou surpreendida quando lhe contei as coisas frívolas que ele me havia dirigido, e deixou de estar tanto do lado dele. Ela chegou a dizer inclusive que ele gostava era de mim, e não do namorado dele. Enfim, se o que ele faz é a sua maneira de demonstrar que gosta de mim, realmente não quero ver quando ele me odiar... E ontem recebi uma outra sms dele. Disse que tinha acabado com o namorado. Lindo, mais uma vítima colateral que fica magoado por causa dele. Sinceramente, acho que ele queria que eu tivesse pena dele, mas conseguiu exatamente o oposto. Tenho é pena do ex-namorado dele, que se deve estar a sentir usado como um objeto, tal como eu me senti. Por mais que eu queira esta história acabada de vez, parece que estou condenado a que ela me persiga para onde quer que eu vá... E depois eu também recebo danos colaterais, porque sinto-me culpado pela magoa que o ex-namorado dele possa estar a passar. Se eu não tivesse cortado relações com o Miguel, ele nunca teria acabado com o rapaz... Mas que posso eu fazer?! Nada. Até porque nem o conheço. E se voltasse a perdoar o Miguel por causa disso, só estaria a tornar as suas palavras verdadeiras: "Tu só me perdoas-te por pena!". Ele disse isto porque eu comentei: "Se não tivesse sido por eu ter conhecido o K., acho que não te daria outra oportunidade". Talvez até soe como se eu o tivesse perdoado por pena, mas isso fui eu que não me fiz entender bem. O que eu senti foi que a vida me tinha dado uma oportunidade e pensei que, já que eu tinha tido essa mesma oportunidade, talvez pudesse dar uma ao Miguel. Escusado será dizer que aprendi com o erro...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Cansado... e apaixonado :)

Cruzei-me com o Miguel... Acusou-me de estar a agir como uma criança de cinco anos por estar a reagir assim às palavras dele. Ótimo. O mais engraçado é que ele só o fez já por sms, depois de termos falado cara a cara. Ele já nem foi capaz de me acusar de nada frente a frente depois de eu o ter feito ver o que me tinha dito. Enfim, esse é um assunto em que quero deixar de pensar.

Andei o resto da tarde com a vontade de ser abraçado pelo K. ... Tenho de me habituar a controlar esses desejos, pelo menos até voltarmos a estar juntos. Corri para casa, ao fim do dia, para poder falar com ele. O K. tanto é capaz de me fazer rir com as suas palavras, como fazer-me derreter. É um rapaz simpático e carinhoso, ele :)

Pouco mais há a dizer acerca do meu dia de aulas. Foi um dia normal, leia-se que foi um tédio... Anyway, nem sempre as aulas podem ser do nosso agrado. Mas as de hoje forma mesmo passadas a passo de Caracol. E não me saia da cabeça aquele primeiro toque quando demos as mãos, aquele tímido primeiro beijo... Mal posso esperar por repetir... :)

Tenho andado com vontade de cantar. Cantar a plenos pulmões. Dançar como se não houvesse amanhã. Mas como não sei cantar, e caio em vez de dançar... Lá me contento a ouvir música x)

Cheers! =D

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Como Nunca Antes...

O dia passou-se bem. Com a Jú é sempre a rir. Relembrámos sexta-feira, quando ela comprou uma maçã e me disse:
- Gosto das maçãs como gosto de ti. Duras.
- Elá! - Rio, surpreendido. - Isso em inglês ficaria algo como... I like apples just like you: Hard.
Mas prontos, coitada, ela, para além de já ter namorado, não faz muito o meu género... E sim, ainda há o pormenor que eu também já estou comprometido x) Mas isso ela não precisa de saber...

Mas hoje aconteceu algo que nunca antes eu tinha feito. No fim das aulas, caminhava rua acima, em direção a casa. O Sol do fim de tarde bateu-me nos olhos. Olhava em frente, observando os reflexos que a luz fazia. Fechei os olhos e respirei fundo, imaginando o K., junto a mim. A rua estava vazia, e começo a cantar a Jungle Drum da Emiliana Torrini. Sinto-me tão bem. Como nunca antes. Como nunca pensei ser possível. Quando terminei, ouvi o silêncio, quebrado apenas por um ou outro carro a passar. E no silêncio, ouvia a sua voz, calma, conversando comigo, naquele banco em frente ao Mondego imaginário... Quero gritar ao mundo o quanto o amo, o quanto quero estar com ele neste momento e nos que se aproximam. Mas o mundo, não, as pessoas do mundo, não me deixam fazê-lo, com essas mentes ignorante e fechadas, que desprezam tudo o que foge às regras por elas inventadas.

Por sorte, nem toda a gente é assim, e tenho alguns amigos com quem contar. Por exemplo, ontem, contei ao M. que tenho um namorado. O M. é um rapaz em quem sempre confiei. Pervertido, mas que surpreende com os valores que defende. Eu sabia que ele tinha uma amiga bissexual e que, para ele, isso não era motivo para deixar de ser amigo dela. Ele perguntou:
- Tens namorada?
- Não... - Respondo.
- Então como me vais explicar o teu nick [do msn] a dizer aquela data e a terminar no "amo-te"?- Então, não há muito a dizer... Gosto de uma pessoa... E estive ontem com essa pessoa. - Informo.
- E posso saber quem é a menina? - Interroga.
- Não é uma menina. - Comento.
- Ah, então quem é o rapaz? xD - Graceja.
- Mora perto do Porto, não conheces... - Digo.
- Não sabias arranjar mais longe? - Pergunta.
- Olha, quando não consegui arranjar cá... - Respondo.
- Mas estás a falar a sério, bro? - Inquire, surpreendido.
- Sim.
- Oh... Apanhaste-me um bocado de surpresa. Mas sabes que por mim isso não é problema, e terás sempre o meu apoio no que quer que faças.
Ele sempre foi alguém que enfrentava a vida com um bom senso de humor (que algumas vezes tocava o macabro), e sempre se caracterizou por alguém com uma mente bastante aberta a novas ideias e muito pouco preconceituoso. Eu digo que muitas vezes as pessoas surpreendem-nos, porque nunca saberemos como é suposto elas agirem em determinada circunstância até estarem a passar por ela. O M. já tinha passado por uma situação semelhante e tinha reagido bem, por isso senti-me confortável a contar-lhe.

Ontem, descobri também que uma amiga de longa data, que tem uma irmã Gémea e se chama I. também é homossexual. Quando ela me contou, também lhe confessei qual a minha verdadeira orientação sexual. Ambos ficámos surpreendidos, porque nenhum de nós fazia a mínima ideia desse facto acerca do outro...

Enfim, até agora, tem sido sempre boas notícias, sem contar com aquele desentendimento (permanente) com o Miguel, e com o facto de a Bia achar que o B. está a agir de forma estranha...

Staring at the Ceiling for Another Reason

Hoje de manhã acordei com o telemóvel a  tocar. Era a mãe. Coisas do costume: Ver se eu estava a pé, se o meu irmão se estava a despachar a ir para a escola... Quando desliguei, deitei-me na cama, olhando para o tecto branco. Isto fez a minha mente viajar de novo ao passado. Lembre-me de algo que tinha escrito aqui... 

"Já não vivo por aquele sonho, não vivo por aquele sopro, aquele toque, aquele beijo, aquele momento. Vivo apenas para estar vivo quando esse sonho, esse sopro, esse toque, esse beijo, esse momento chegar. Se não chegar? Morrerei à espera"

E esse sonho, esse sopro, esse toque, esse beijo... Todos chegaram contigo, K.

E relembro o quão mal eu estava no passado. Cheguei mesmo a repreender-me a mim próprio, a ser duro comigo mesmo. Porquê? Porque eu não queria ser homossexual! Não queria ter de enfrentar os problemas que isso poderia causar. Credo, cheguei inclusivamente a dizer a mim mesmo "Tu tens de ser normal.". Mas depressa percebi a ignorância nas minhas palavras. Eu sou normal, só amo de forma diferente. E claro, sempre tive aquele sentimento de frustração por ter de enfrentar os problemas que a etiqueta "gay" poderia trazer. Mas hoje, não posso desejar por mais nada. Foi por ser quem sou, que conheci aquela pessoa especial, foi por ser quem sou, que conheci o amor. Foi por ser quem sou que o amor também me conheceu a mim. Desde do dia 21, quando te enviei aquela "carta" onde dizia "Quando as pessoas perguntarem se há alguém especial, gostava e poder responder orgulhoso: Sim, chama-se K. e é o meu namorado. Que te parece?", já vão exatamente dez dias. Os dez primeiros dias de namoro. E aquela sensação que sinto no peito quando digo para mim mesmo "tenho um namorado que amo" já não é uma sensação de estranheza, é uma sensação de alegria, liberdade e saudade.

Como tu não te cansas de fazer, eu agradeço-te, K., porque se não fosse por ti, eu ainda estaria a pensar que ser homossexual era algo que apenas me dificultaria a vida. Se não fosse por ti, eu não teria ninguém por quem viver.

No fundo, às vezes sinto-me mal, porque sei que há muita gente que gostaria de ter o que eu tenho, mas está como eu antes de o ter conhecido. Não quero despoletar neles os ciúmes ou a inveja, como a mim me acontecia. Na altura, cada casal que eu via - gay ou hetero -, enchia-me de ciúmes, claro,  mas havia algo mais. Algo que eu não conseguia explicar, mas que sei hoje o que é. Esse algo mais, essa pitada quase imperceptível de um sentimento aconchegante, era a esperança. A esperança de um dia ter o mesmo. E é isso que eu quero transmitir aos outros, a Esperança de um dia encontrarem a sua cara metade, porque acredito que todos temos no mundo aquele alguém especial à nossa espera. E se não for perto de vocês, será longe, tal como eu e o K. estamos separados por quatro horas de comboio.

Como eu sei que gostavas de me levar à praia...

domingo, 1 de maio de 2011

Um nome a ser riscado.

Pouca gente me consegue pôr fora do sério. Uma dessas pessoas é o B., o namorado da Bia. A outra é o Miguel. E este último conseguiu de novo fazê-lo. É uma longa história... Vamos resumir-nos ao facto de que ele me acusou de certas coisas que não gostei e acabou, finalmente, a dizer "Estou me nas tintas, já não preciso de ti". Senti-me um objecto. Um casaco que ele ira quando já não está a chover. E a verdade é que dói quando alguém diz tal coisa. Ele acusou-me ainda de eu não fazer nunca nada por ele. Que mais posso eu fazer, um comum mortal, que nem sequer andava na mesma escola que ele durante a maioria da nossa amizade, e pouco estava fisicamente com ele para além de conversar com ele sobre o que ele quisesse? Que esperava ele? Que eu movesse montanhas? Ainda por cima depois de ter ouvido palavras duras vindas dele como "Tenho nojo de ti" ?! Não. Mover montanhas, não o faço por qualquer um, muito menos por alguém que me magoou de todas as oportunidades que proporcionei para que voltasse a entrar na minha vida. O K. comentou que, por esta altura, ele já teria impedido que o Miguel o magoasse, cortando relações com ele. Eu tinha medo de o fazer. Sabia que a primeira coisa que ele me diria era: "Tu fazes sempre isso. Se não queres a nossa amizade, mais valia teres acabado agora". Quer dizer, primeiro ataca-me, obrigando-me a tomar medidas estremas para me proteger das palavras dele, depois acusa-me de eu ser um extremista que não quer a amizade dele para nada. Provavelmente um especialista em Psicologia saberá melhor que eu, mas a mim, isto parece-me Psicologia Invertida no seu estado mais macabro e retorcido... Acabei por lhe dizer que não valia a pena tentar novamente falar comigo, porque com paciência para receber acusações já não estou eu há muito tempo. E estou farto de me deixar ir abaixo com o que ele me diz. Estou farto, farto, farto. Ele consegue-me pôr com medo de ser alguém como ele, porque me acusa de ser idêntico a ele. E se ele tem razão? Se eu sou diferente daquilo que idealizo? Afinal, ele diz que não é aquela pessoa ruim que eu vejo... Se ele não consegue ver em si os seus piores traços, conseguirei eu ver os meus? Não. Não vou pensar mais assim. Eu tenho certos valores e defendo-os porque são os valores que sigo. Se o ideal que tenho de mim próprio é moldado em função desses mesmos valores, e se sou capaz de identificar os meus defeitos, como o ser preguiçoso, teimoso e ás vezes invejoso, então seria capaz de perceber se tenho os mesmos defeitos que o Miguel. Sempre senti dificuldades em julgar-me. Afinal, é mais fácil julgar os outros do que a nós mesmos. Mas há algo que sei que sou. Sou perfecionista, toda a gente se queixa dessa minha faceta. E há uma pessoa para a qual o sou de tal maneira, que chego a ser demasiado exigente. Comigo mesmo. Eu sou o meu pior inimigo. O Miguel está a fazer concorrência comigo próprio. Mas também tenho espírito preserverante, e não vou deixar que ele consiga atingir-me mais. Hoje, Miguel é um nome a ser riscado da minha vida.

O Dia de Ontem

Foi um dia preenchido. Saí de casa às dez e voltei à uma da manhã. Nos quatro posts anteriores, está descrito o meu dia com o K. Quis escrever, não só para ter isto registado em algum lado, já que a minha memória é uma treta no que toca a alguns pormenores, mas também para partilhar com os leitores, com intuito de dar esperança. Eu era uma pessoa que sempre fora muito pessimista no que tocava ao amor. Sempre sonhei em encontrar a minha cara metade, mas sempre pensei que isso nunca passaria de um sonho. Mas acredito que eu, um otimista por natureza, conseguiu dar a volta no único assunto onde era capaz de ser um pessimista de primeira categoria, então, todos conseguirão encontrar, mais cedo ou mais tarde, aquele ou aquela que os fará felizes.

Depois de ter estado com o K., fui com o meu pai ao Karaoke. Eu e o meu pai cantámos juntos a Sweet Carolin, do Neil Daimond, e o meu pai cantou sozinho a Don't Stand So Close to Me, dos Police. Eu estava a escolher a música, e, de repente lembrei-me que, com tantos clássicos que ali encontrei, eu teria de reclamar se não encontrassem aquele épico hino dos lutadores, aquele meu tema preferido. Corri as linhas e finalmente encontrei.
- É esta! - Digo ao meu pai, apontando com o dedo a linha, sorrindo imenso.
- De certeza? - Pergunta, com uma mistura de surpresa e de confiança.
- Sim.
Pouco depois, eles vêm a minha inscrição. O senhor afasta a cabeça do papel surpreendido. Olha para mim. Eu sorrio, encolhendo-me.
- É esta? - Interroga com o microfone em frente à boca.
- Sim. - Respondo.
- Élá, esta é que é! Mas vais mesmo cantá-la ou é só à experiência?
- Vou mesmo cantar, acho eu... - Digo, tremendo.
- Então pronto, temos aqui o Ragdoll - Apresenta ele. - E ele vai cantar uma música mesmo... Grande. Ora vamos lá a ver.
Ponho-me no palco improvisado. Os homens ao balcão do café ficam curiosos e espreitam para o papel. Ficam de olhos abertos e olham para mim, encorajando-me.
- Olha, fecha os olhos e em três minutos isto passa! - Graceja um.
Eu sorrio, depois de ele me fazer um gesto de encorajamento. Enganam-se a pôr a música.
- Não me parece que seja esta... - Comenta o anfitrião.
- Pois, também não me parece que seja esta, não. - Respondo, já para o microfone.
Finalmente põe a música certa. Oiço os incentivos dos que assistiam. Já parecia no ecrã o título da música. Já todos sabiam qual eu ia cantar. E aqueles que não tinham visto o título, reconheceriam de certeza a batida, que eu já acompanhava a bater o pé. E canto finalmente a música, aquele épico hino dos lutadores como o Rocky. Eye of The Tiger, dos Survivor. Começo um pouco nervoso, mas após alguns incentivos, e de ecoarem na minha cabeça as palavras do K. "Vês, tu até sabes cantar!", liberto a voz para aquele refrão.
It's the eye of the tiger, it's the thrill of the fight, riing up, for the challenge of our rival, and the last known survivor stalks his prey in the night, and he's watching us all in the... E chega a nota mais alta, dou o meu melhor... eeeeeeeeeeeeeeye of the Tiger. O Anfitrião acena com a cabeça, mostrando que lhe agradou a performance. Lá continuo a cantar a música, atrapalhando-me numa parte onde já me esquecia da letra. Quando acabou, aplaudiram-me.
- Aplausos, que ele merece por ter estado aqui a cantar isto!
Enfim, foi um dia bem passado com os dois homens da minha vida: o meu pai e o meu namorado.

K. (Parte 4/4) - A Partida

Valido o bilhete. É o que marca o fim do dia prestes a chegar. O comboio está parado, de portas abertas, pronto para partir.
- Então aquele é o teu comboio... Temos de dar um daqueles abraços. - Diz ele, convidativo.
Eu aproximo-me dele, e envolvo-o com os meus braços. Com o queixo pousado no seu ombro, sinto ainda mais vontade de rebentar em lágrimas. Contenho-me, cerrando os olhos por momentos.
- E não chegámos a dar nenhum beijo... - Comenta. - Achas que devemos arriscar...?
- Por mim sim. - Respondo rindo.
- Credo, até parece mal falar disto assim, arriscar a dar um beijo...
Hesitamos um pouco, depois aproximo-me dele, ainda com uma mão no seu ombro. As nossas bocas tocam-se. Sinto-me na lua. O aroma da sua boca deixa-me louco. Uma onda de sentimentos inunda-me o ser. Receio, por estar a fazer aquilo mal; frustração, por não ter feito aquilo antes; prazer, por estar a beijar o meu namorado; carinho, por estar a demonstrar o amor que sinto por ele.
Depois do beijo, damos um abraço rápido.
- Tens de ir, ou ainda perdes o comboio. - Avisa.
- Está bem... amo-te. - Digo, com a voz mais trémula do que nunca, dos nervos, e da nostalgia.
- Eu também.
Quando entro no comboio, sinto os olhares das pessoas que tinham estado a espreitar pela janela. Olhares frios e calculistas. Mas já nada me importa. Na minha cabeça ainda flutua o sabor dos seus lábios. Lembro-me de algo que ele tinha escrito na carta. "Os deuses deram-me a provar a sua Ambrósia". E nunca aquela frase tinha feito mais sentido para mim. Sento-me no comboio, recordando os seus olhos verdes... Sinto-me sortudo, por ter um namorado com a cor de olhos que mais gosto. Sorrio com este pensamento, enquanto o vejo pela janela, a descer as escadas de telemóvel na mão. E na sua cara, estava aquele sorriso. Aquele sorriso que não me sai nunca da cabeça, aquele sorriso que me deixa atordoado sempre que vejo. Dou um salto ao ouvir o meu telemóvel tocar. "Argh, deve ser o Miguel, mas que será que ele quer agora?" penso, esperando que ele não estrague o momento. Afinal não é o Miguel. Quando vejo o nome do K. no mostrador, carrego apressado no botão verde.
- Estou!? - Digo.
- Estou. Olha eu avisei que não sabia dar beijos... - Comenta.
- Oh, eu também não sei, mas adorei. E sei que quero repetir. Amo-te.
- Sim, eu hei-de cá voltar outra vez. Mas agora vou desligar. Adeus. Beijos.
- Beijos. Adeus.
Encosto o telemóvel ao peito, sentindo o meu coração bater por ele. Por aquele rapaz. Pelo K.. Faço a viagem toda de cabeça encostada à janela, num estado entre o dormir e o estar acordado. Aquilo a que muitos chamam "sonhar acordado". De tal maneira que quase passo a estação onde tenho de fazer o transbordo. Chego a casa. O silêncio do prédio pesa-me. Queria estar a entrar ali com ele. Mas não posso. Encosto-me à parede, deslizando por ela abaixo, até ficar sentado no chão. Contenho as lágrimas de saudade que tanto lutam para sair pelos meus olhos. Ergo-me, e bato à porta. O meu irmão abre-ma e eu entro com um sorriso no rosto, como se tivesse sido uma saída normal com um amigo. Mas foi muito mais do que isso. Foi um dia passado com o meu namorado, um dos melhores dias da minha vida e um que me vai ficar para sempre na memória. Como o K. escreveu: "É o último dia do mês, mas o primeiro em que nos vemos". Para mim, não foi só o fim do mês, foi o fim de uma espera de anos por aquele que me fizesse pensar nele o dia inteiro.

K., amo-te como a Terra deve amar a Lua...

K. (Parte 3/4) - De Mãos Dadas

Quando chegamos à estação do Oriente, já sinto em mim o peso da partida. Falta tão pouco tempo... E ainda não tive a coragem de o abraçar, de lhe dar um beijo... Penso nisto enquanto andamos às voltas, à procura de lugar e dos horários dos comboios. Compro o meu bilhete e, finalmente, decidimo-nos a entrar numa daquelas "salas de espera" com paredes de vidro que estava mais ou menos vazia. Sentamo-nos no banco, ainda a conversar, mas já sentimos no ar a nostalgia. As pausas começam a ficar maiores. Não, não é por falta de motivo de conversa, é porque hesito, não sei o que fazer. Ele volta a fazer o comentário que tenho mãos de pianista, por ter as unhas curtas. Eu sorrio, dizendo que não tenho treino. Quando dou por mim, observo a sua mão, aberta, pousada em cima do seu joelho. Respiro fundo, o meu coração bate que nem um louco. É o agora ou nunca. Entrelaço os meus dedos nos seus, acariciando-lhe a mão, olhando para ele. Ele hesita durante um pouco, olhando para as nossas mãos dadas, e acaba por pousar a sua cabeça no meu ombro. Solta um suspiro, dizendo o meu nome. Sinto um arrepio de prazer percorrer-me a espinha e pouco a minha cabeça no seu cabelo. Faz-me lembrar uma daquelas mantas fofas de penas. E assim ficamos, a conversar. A dada altura, entra um grupo de três raparigas e um rapaz. Eu e o K. apercebemo-nos que no estão a observar. O rapaz tem o telemóvel a tocar a Telephone da Lady Gaga. O K. surpreende-me começando a cantar, olhando para elas, desafiando-as. Por esta altura, já estamos sentados direitos. Acabamos por nos sentir desconfortáveis com os mirones e ele pergunta-me se quero ir para outro sítio. Aceno afirmativamente, e saímos dali. Procuramos por mais algum tempo lugar, sem conseguirmos. Quando ficamos um pouco a olhar para a estação de autocarros, acabamos por descobrir um sítio com bancos, que estava praticamente vazio. Um dos bancos estava livre, e tinha vista sobre a estações dos autocarros. Sentamo-nos, e eu acabo por pousar a minha cabeça no seu ombro, entrelaçando de novo os meus dedos nos seus. Comento que não quero que o dia acabe. E ele diz algo que me faz derreter. Há uns dias, quando fui a Penacova, atravessei uma ponte de madeira sobre o Mondego. Comentei com o K. que gostava de estar lá com ele, sentado na beira da ponte, com as pernas suspensas sobre o rio, com a cabeça no seu ombro e o meu braço envolvendo-lhe a cintura.
- Olha, estás a ver lá ao fundo? - Comenta. - Aquilo é o Mondego, temos aqui a ponte de madeira.
Eu sorrio, olho para ele. Tenho vontade de o beijar mas, de novo, tenho medo ao mesmo tempo. Eu nunca tinha beijado ninguém até então. E se algo corria mal? Ficámos assim por algum tempo. Comecei a sentir a voz tremer de vez em quando, as lágrimas ameaçarem a cair. Estava tão perto de o ter tão longe de mim... Contenho-me e continuo a conversa com ele. Apercebo-me, pelo som e pelo reflexo no vidro À nossa frente que há um grupo de quatro jovens que se senta atrás de nós, a um canto, no chão. Rezo para que não sejam as mirones de antes. Mas acabo por não fazer caso e continuar a falar com ele. Finalmente, o meu relógio marca a hora prevista para o meu comboio. Hesitamos em levantar-nos, sem querer separar as nossas mãos. Eu levanto-me, ainda com os dedos entrelaçados nos seus. Ele levanta-se e solta-me para pegar na mala. Caminhamos, passando pelo grupo de jovens. O K. comenta que tinha receio que fossem as raparigas da "sala de espera". Eu sorrio com o comentário, e ele revela que já tinha tido vontade de me dar a mão, mas que tinha receio de eu não o querer.

K. (parte 2/4) - Troca de Cartas

Quando finalmente conseguimos dar a volta ao cercado que tinham posto para uma corrida que estavam a fazer, procurámos por acentos (ou bancos) que não estivessem molhados. O K. corrige-me quando faço comentário de que os bancos estão molhados. "Vamos o usar o termo mais adequado", diz, "os bancos estão encharcados.". Mas lá encontrámos um banquinho de madeira que estava seco. Ou relativamente seco. Dou-lhe aquele papel, escrito à mão, que ele tanto pediu. Era o post Ele é aquele que... com uma dedicatória simples. Mas ele gostou, isso é que importa. ele dá-me a dele, dizendo-me para eu ler quando nos formos embora. Tento resistir a olhar, enquanto dobro o papel e guardo na carteira. Depois disso conversamos sobre os nossos melhores amigos. Começa a chover, e acabamos por ter de nos retirar para dentro do centro comercial. Após termos encontrado um banco vazio, sentamo-nos, frente a frente. Ele acaba por não resistir e lê, de novo, o papel que lhe dei. Observo-o atentamente, soltando de vez em quando um sorriso, fazendo-me a mim sorrir. Aperto a boina nas minhas mãos, nervoso, temendo a sua reação. A minha letra, comparada com a dele, são rabiscos. Ele olha-me, os nossos olhares cruzam-se ele comenta que está a tentar conter-se para não chorar. Eu respondo que não é minha intenção fazê-lo chorar. Finalmente, ele dá-me autorização para eu ler a carta dele. Sinto-me dividido entre o meu desejo de ler o texto, e o meu desejo de seguir o pedido inicial dele de esperar. Mas o primeiro acaba por vencer. Leio atentamente a carta. Não consigo evitar sorrir. Ele pede-me para não chorar, eu apenas consigo responder que estou sem palavras e que ele tem muito jeito para escrever. Chego ao fim, ainda sem conseguir descrever o que sinto. Não dá para descrever o amor. Volto a dizer que estou sem palavras. Apetece-me encostar-me a ele, pousar a minha mão na sua perna, que estava tão próxima de mim. Mas o medo domina-me, e resumo-me a aproximar-me um pouco dele, e comentar que ele tem imenso jeito para escrever, e que essa tinha sido uma das razões que me tinham levado a começar a falar com ele. Aí sentados, conversamos sobre tudo: família, amigos, estudos... Finalmente, parece-me que já não chove. Mas apanho uma desilusão, quando chegamos à entrada, quando constato que afinal as nuvens ainda não acabaram de aliviar a sua carga. Damos uma volta pelo centro, procurando acentos, sem sucesso. Acabamos por entrar na Fnac e falamos um pouco sobre gostos musicais, cinematográficos e de livros. Acabo por comprar um para as minhas aulas de inglês (O Dracula, escrito em inglês) e compro um em francês para oferecer à minha mãe pelo dia da mãe. Depois disso, finalmente a chuva acalma e encontramos uns bancos livres e secos. Ele oferece-me bolachas para o lanche e um iogurte. As bolachas aceito, ou não fosse eu conhecido como monstro das bolachas, mas tento recusar o iogurte. Depois de ele insistir, acabo por aceitar agradecendo. Eu já tinha passado um bocado mal ao almoço, ao deixar cair bocados de salada do hambúrguer, mas aquilo foi o cúmulo. Eu estava calmamente a beber o iogurte, quando, de repente, verto aquilo para cima de mim. Só consigo rir, de vergonha, inclinando-me para a frente com o iogurte a escorrer-me pelo queixo. Ele comenta o quão desastrado sou, e oferece-me um lenço, como antes tinha comentado que andava sempre com pacotes de lenço na mochila. Depois de me limpar, conversamos um pouco mais, antes de a chuva nos obrigar a voltar lá para dentro. O K. sugere que eu guarde o saco dos livros dentro da sua mala, para não se molharem, e eu agradeço-lhe. Depois, damos umas voltas ao Vasco da Gama sem encontrarmos lugar onde nos sentarmos. Finalmente, optamos por nos dirigir à estação, uma vez que faltam pouco mais de duas horas para a partida. Foi a primeira vez que olhei para o relógio, e desejei que ele parasse de contar o tempo.

K. (parte 1/4) - Primeiros Momentos

São nove e meia da manhã. Ergo-me da cama, aflito, olhando para o despertador. Sim. Nove. Acordei a mais do que tempo. Fico mais meia hora na cama, para fazer tempo. Depois vou tomar o pequeno almoço, vestir-me, fazer um pouco de mais tempo. Dez e meia. Ora bem, é altura de fazer os últimos preparativos e zarpar para a estação de comboios. A mãe aconselha-me a trocar de comboio no Cacém. Apesar de preferir fazê-lo em Benfica, sigo o conselho dela. Constato aterrorizado, que não há comboios com destino a Alverca ou ao Oriente que passem por aquela estação. E tenho de esperar mais meia hora pelo próximo comboio com destina a Lisboa-Rossio, para poder trocar em Benfica. Enquanto amaldiçoo os conselhos da mãe, envio uma sms ao K., a avisá-lo do atraso. Fiquei com medo que ele pensasse mal de mim. Parvo que sou. Finalmente, lá apanhei o comboio, troquei em Benfica e finalmente fui para o Oriente. Duas estações antes de lá chegar, o meu coração já batia depressa, e recebo uma sms dele a dizer que já tinha chegado, que lhe desse um toque para ele depois me ligar quando eu chegasse. "bum-bum, bum-bum, bumbum, bubum" cada vez mais rápido... "Próxima paragem: Oriente" diz a voz mecânica da mulherzinha. Reconheço a estação. Já lá tive imensas vezes. Mas é a primeira vez que o K. lá está. Saio do comboio e ligo-lhe. Vou caminhando, e ele desliga e volta-me a ligar. "olá", cumprimenta aquela voz que eu nunca tinha ouvido, mas que já me prendia ao aparelho. Uma voz que transmite uma personalidade paciente, inteligente, cautelosa. "olá", respondo em pânico, "Já cá estou, mas tens de me dizer onde estás, eu já estou a descer". Ele diz que vê os logótipos de várias lojas, mas a chamada vai abaixo. Treta do ecrã tátil do meu telemóvel! Grr. Quando dou por mim, tenho um portão de ferro branco a barrar-me o caminho. "What the hell?", murmuro, "Obviously this is the wrong way...". Volto a subir as escadas e vejo então a indicação do sítio onde eu me tinha enfiado: "Saída de Emergência". Rio-me de mim mesmo, e do que os nervos me podem fazer. Lá encontro o caminho, comentando para mim mesmo como é irónico que o K. nunca tendo estado naquela estação, sabe melhor como lá andar do que eu. Finalmente, depois de ter recuperado a chamada, pergunto-lhe onde está. 
- Consigo ver o sinal da C&A, da Vobis... - Comenta.
- Ah sim, já sei, estás a ver o Vasco da Gama, eu também já o estou a ver. - Respondo.
- Já me estás a ver?
- Não, vejo o centro, mas não te vejo a ti... Deves estar perto de outra plataforma... Vejo as escadas para a rua, na entrada da estação. Olha, fazemos assim, procura pela entrada e desce as escadas.
- Sim, descemos ao nível da rua.
- Estou a descer.
- Ah, já te estou a  ver!
As suas palavras põe-me o coração aos pulos e os sentidos alerta. Eu não o vejo! Oh, espera. Sim, é ele. Um casaco preto, uma camisola verde e umas calças de ganga escura. Desço finalmente, desligando. Estávamos a descer cada um em frente ao lance de escadas que o outro descia. Mais tarde, comento que aquela até foi uma entrada poética. Ficamos assim, um em frente ao outro, por momentos em silêncio. Ele pergunta-e para onde vamos. 
- Talvez ao centro, que é onde há os restaurantes, tipo Mc, e assim. - Respondo.
Ragdoll, vá lá, faz qualquer coisa! Não sei, abraça-o ou assim! Mas e se ele não quiser isso já... é melhor... Bolas, as minhas pernas já me começaram a arrastar para a passadeira, que já conta os segundos até o sinal para os peões ficar vermelho. Finalmente, depois de lá chegarmos e termos feito o nosso pedido no McDonald's, sentamo-nos numa mesa. Eu gostava de ter ido lá para fora, já que é uma vista que dá gozo ver, mas as mesas estavam molhadas por causa da chuva.
- Que romântico, McDonald's! - Graceja ele, enquanto abre o invólucro da palhinha.
- Ao menos é comida, não?! - Respondo, sorrindo.
Conversamos um pouco, comentando o tempo, enquanto comemos. Ele faz menção ao facto de eu estar sempre a comer. Finalmente, levanto-me da mesa, sem ter acabado as minhas batatas.
- Então, tu comes tanto e não acabas as batatas?  - Pergunta, incrédulo.
- Eu posso comer muitas vezes ao dia, mas é pouco de cada vez. - Informo.
K. pergunta-me se deixamos os tabuleiros em cima da mesa. Faço o comentário que, apesar de não gostar muito disso, sim, podemos deixá-los lá, que alguém os tirará. De seguida, interroga-me acerca do nosso próximo destino. Digo-lhe que gostaria de ir até perto to Tejo, que é um sitio giro para se passear.