Foi um dia preenchido. Saí de casa às dez e voltei à uma da manhã. Nos quatro posts anteriores, está descrito o meu dia com o K. Quis escrever, não só para ter isto registado em algum lado, já que a minha memória é uma treta no que toca a alguns pormenores, mas também para partilhar com os leitores, com intuito de dar esperança. Eu era uma pessoa que sempre fora muito pessimista no que tocava ao amor. Sempre sonhei em encontrar a minha cara metade, mas sempre pensei que isso nunca passaria de um sonho. Mas acredito que eu, um otimista por natureza, conseguiu dar a volta no único assunto onde era capaz de ser um pessimista de primeira categoria, então, todos conseguirão encontrar, mais cedo ou mais tarde, aquele ou aquela que os fará felizes.
Depois de ter estado com o K., fui com o meu pai ao Karaoke. Eu e o meu pai cantámos juntos a Sweet Carolin, do Neil Daimond, e o meu pai cantou sozinho a Don't Stand So Close to Me, dos Police. Eu estava a escolher a música, e, de repente lembrei-me que, com tantos clássicos que ali encontrei, eu teria de reclamar se não encontrassem aquele épico hino dos lutadores, aquele meu tema preferido. Corri as linhas e finalmente encontrei.
- É esta! - Digo ao meu pai, apontando com o dedo a linha, sorrindo imenso.
- De certeza? - Pergunta, com uma mistura de surpresa e de confiança.
- Sim.
Pouco depois, eles vêm a minha inscrição. O senhor afasta a cabeça do papel surpreendido. Olha para mim. Eu sorrio, encolhendo-me.
- É esta? - Interroga com o microfone em frente à boca.
- Sim. - Respondo.
- Élá, esta é que é! Mas vais mesmo cantá-la ou é só à experiência?
- Vou mesmo cantar, acho eu... - Digo, tremendo.
- Então pronto, temos aqui o Ragdoll - Apresenta ele. - E ele vai cantar uma música mesmo... Grande. Ora vamos lá a ver.
Ponho-me no palco improvisado. Os homens ao balcão do café ficam curiosos e espreitam para o papel. Ficam de olhos abertos e olham para mim, encorajando-me.
- Olha, fecha os olhos e em três minutos isto passa! - Graceja um.
Eu sorrio, depois de ele me fazer um gesto de encorajamento. Enganam-se a pôr a música.
- Não me parece que seja esta... - Comenta o anfitrião.
- Pois, também não me parece que seja esta, não. - Respondo, já para o microfone.
Finalmente põe a música certa. Oiço os incentivos dos que assistiam. Já parecia no ecrã o título da música. Já todos sabiam qual eu ia cantar. E aqueles que não tinham visto o título, reconheceriam de certeza a batida, que eu já acompanhava a bater o pé. E canto finalmente a música, aquele épico hino dos lutadores como o Rocky. Eye of The Tiger, dos Survivor. Começo um pouco nervoso, mas após alguns incentivos, e de ecoarem na minha cabeça as palavras do K. "Vês, tu até sabes cantar!", liberto a voz para aquele refrão.
It's the eye of the tiger, it's the thrill of the fight, riing up, for the challenge of our rival, and the last known survivor stalks his prey in the night, and he's watching us all in the... E chega a nota mais alta, dou o meu melhor... eeeeeeeeeeeeeeye of the Tiger. O Anfitrião acena com a cabeça, mostrando que lhe agradou a performance. Lá continuo a cantar a música, atrapalhando-me numa parte onde já me esquecia da letra. Quando acabou, aplaudiram-me.
- Aplausos, que ele merece por ter estado aqui a cantar isto!
Enfim, foi um dia bem passado com os dois homens da minha vida: o meu pai e o meu namorado.
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