quarta-feira, 18 de maio de 2011

Não tenho nada contra irmãos mais novos... que não sejam o meu -.-

O miúdo (que é para não usar um outro termo da gíria menos formosa começado por "p"), é mesmo! Graa! Hoje de manhã, já passava da hora de ir para a escola e ainda estava a jogar na playstation. Mandei-o para a escola.
Ele: Já vou [como sempre diz]
Eu: Não é já vou, é já! [como sempre lhe dizemos]
Ele: Oh, tem calma!
Eu: é por teres calma que chegas sempre tarde ás aulas! Desliga isso!
Ele: ...
Eu: Tenho de te fazer como aos meninos pequenos? Contar até três?
Ele: ...
Eu: Ok! Que assim seja. Vou contra até três, como se faz às criancinhas: se não desligas isso, desligo eu.
Ele: Oh
Eu: Um...
Ele: (olha para mim e depois para o ecrã)
Eu: Dois...
Ele: (levanta-se e olha para mim de braços abertos, revoltado) Oh, Ragdoll!
Eu: Três! (vou até à playstation e desligo-a na tomada)
Ele: Oh! (atira com o comando para cima da mesa)
Eu: Olha lá que isso não é para partir!
Ele: Está calado!
Eu: Olha aí o respeito! Não sou teu pai mas também não tenho a tua idade!
Depois acabei por ter de ir embora, para o teste intermédio de Biologia (que por acaso correu bem). Podem pensar que eu fui demasiado brusco com ele. Mas há anos que os meus pais tentam a mesma coisa: dizer-lhe para fazer as coisas, repetir até ele ficar chateado por estarem sempre a revirarem-lhe o juízo e acaba por fazer. Se a minha Tia estivesse aqui diria "uma semana comigo e a ver se não ficava fino...". Há anos que acontece sempre a mesma rotina. Tenho de estar a dizer-lhe para fazer as coisas vezes sem conta, e acabo por me chatear eu e ele. E porquê? Porque não está habituado a olhar para as horas e perde-se no tempo. A minha mãe passa paninhos quentes "que queres, ele é assim...". Não, ele não é assim, ele está é mal habituado a não gerir o tempo. Comigo, finito, acabou. E a parte mais surpreendente? Foi quando voltei a casa e ele ainda cá estava.
Eu: ainda cá estás?!
Ele: não fui ás aulas da manhã...
Eu: Porquê?
Ele: estou doente, e estou cansado.
Eu: ok, e falaste com a mãe?
Ele (senta-se em frente ao computador já ligado) sim.
Eu: ah! Lindo! E depois ela admira-se! Quem me dera a mim poder não ir às aulas quando estou cansado! Mas para jogares no computador já não estás cansado!
Ele: Estou cansado das pernas! Estou sentado a descansar!
Eu: Das pernas?! E eu que passei a semana passada toda cansado, que tive a visita de estudo na quarta e aulas de Educação Física na terça e na sexta? Passei a semana inteira cansado e fui na mesma às aulas! Essa é boa! E admira-me como a mãe concordou com isso!
Ele: Mas não estou só cansado, estou doente!
Eu: quando estás doente vais é deitar-te para descansar como deve de ser, não é ficar em frente ao computador. E aviso desde já que quando eu disser para ires para a escola é para...
Ele: (começa a falar ao mesmo tempo que eu)
Eu: CALA-TE E DEIXA-ME FALAR! (Já há anos que não usava aquele tom de voz com ninguém... Um tom que eu odeio usar: autoritário, grave... Tal como às vezes o meu pai faz e também não gosta de fazer.)
Ele: Eu estava a responder ao que tinhas dito, depois é que começaste a falar...
Eu: Pois, mas quando eu terminei a frase continuei a falar, porque aquilo que eu disse não era para responderes, era para ouvir e calar. Por isso, quando eu disser para ires para a escola, desligas isso, ou então faço como hoje de manhã e desligo isso na corrente depois de contar até três. Está percebido?
Ele: Não.
Eu: Não percebeste o que aconteceu hoje de manhã?
Ele: sim...
Eu: Então é exatamente o mesmo. 
Ele: Oh!...
Eu: E se tens alguma queixa a fazer, diz ao pai e à mãe, eles que venham falar comigo que eu explico a situação. Se não gostarem, têm bom remédio, que venham eles aturar-te de manhã. O método deles de te azucrinar a paciência até fazeres o que querem não resulta muito bem. Eu passo a dizer uma vez, à segunda ajo.
E assim ficámos. Veremos como ele se porta daqui em diante. Eu sou uma pessoa paciente por natureza, mas quando certas coisas me ficam atravessadas na garganta... Sou do pior. E não gosto disso. Não me sinto bem a ser assim nem as pessoas gostam quando assim sou. Mas quando tem de ser, tem de ser. Se ele não aprende a gerir o seu tempo agora, quando o fará? Quando for morar sozinho e morrer de fome porque esteve tão ocupado no vício do computador que caiu para o lado? (já aconteceu ele ter-se esquecido de ir comer por causa disso...!)

É por isso que digo: "Não tenho nada contra os irmãos mais novos dos outros. O meu é que é um mau exemplo."

Cheers!

2 comentário(s):

Ikki disse...

Os irmão mais novos são uma dor de cabeça! Mas o que seria de nós sem eles. Nunca conseguiria viver sem a minha!
Faz parte da vida fazeres a tua parte para ajudá-lo a crescer! No futuro vais sentir-te muito bem contigo mesmo, ainda que agora te custe a paciência! :D

Abraço!

Unknown disse...

Argh, nem me digas nada! Dor de cabeça é um elogio para aquele rapaz... Mas sim, isso é verdade, que quando ele está fora de casa sinto logo aquele vazio um pouco perturbante. Já faz parte da minha vida há demasiado tempo para não o querer nela. x)

Cheers! =D

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