Pouca gente me consegue pôr fora do sério. Uma dessas pessoas é o B., o namorado da Bia. A outra é o Miguel. E este último conseguiu de novo fazê-lo. É uma longa história... Vamos resumir-nos ao facto de que ele me acusou de certas coisas que não gostei e acabou, finalmente, a dizer "Estou me nas tintas, já não preciso de ti". Senti-me um objecto. Um casaco que ele ira quando já não está a chover. E a verdade é que dói quando alguém diz tal coisa. Ele acusou-me ainda de eu não fazer nunca nada por ele. Que mais posso eu fazer, um comum mortal, que nem sequer andava na mesma escola que ele durante a maioria da nossa amizade, e pouco estava fisicamente com ele para além de conversar com ele sobre o que ele quisesse? Que esperava ele? Que eu movesse montanhas? Ainda por cima depois de ter ouvido palavras duras vindas dele como "Tenho nojo de ti" ?! Não. Mover montanhas, não o faço por qualquer um, muito menos por alguém que me magoou de todas as oportunidades que proporcionei para que voltasse a entrar na minha vida. O K. comentou que, por esta altura, ele já teria impedido que o Miguel o magoasse, cortando relações com ele. Eu tinha medo de o fazer. Sabia que a primeira coisa que ele me diria era: "Tu fazes sempre isso. Se não queres a nossa amizade, mais valia teres acabado agora". Quer dizer, primeiro ataca-me, obrigando-me a tomar medidas estremas para me proteger das palavras dele, depois acusa-me de eu ser um extremista que não quer a amizade dele para nada. Provavelmente um especialista em Psicologia saberá melhor que eu, mas a mim, isto parece-me Psicologia Invertida no seu estado mais macabro e retorcido... Acabei por lhe dizer que não valia a pena tentar novamente falar comigo, porque com paciência para receber acusações já não estou eu há muito tempo. E estou farto de me deixar ir abaixo com o que ele me diz. Estou farto, farto, farto. Ele consegue-me pôr com medo de ser alguém como ele, porque me acusa de ser idêntico a ele. E se ele tem razão? Se eu sou diferente daquilo que idealizo? Afinal, ele diz que não é aquela pessoa ruim que eu vejo... Se ele não consegue ver em si os seus piores traços, conseguirei eu ver os meus? Não. Não vou pensar mais assim. Eu tenho certos valores e defendo-os porque são os valores que sigo. Se o ideal que tenho de mim próprio é moldado em função desses mesmos valores, e se sou capaz de identificar os meus defeitos, como o ser preguiçoso, teimoso e ás vezes invejoso, então seria capaz de perceber se tenho os mesmos defeitos que o Miguel. Sempre senti dificuldades em julgar-me. Afinal, é mais fácil julgar os outros do que a nós mesmos. Mas há algo que sei que sou. Sou perfecionista, toda a gente se queixa dessa minha faceta. E há uma pessoa para a qual o sou de tal maneira, que chego a ser demasiado exigente. Comigo mesmo. Eu sou o meu pior inimigo. O Miguel está a fazer concorrência comigo próprio. Mas também tenho espírito preserverante, e não vou deixar que ele consiga atingir-me mais. Hoje, Miguel é um nome a ser riscado da minha vida.
domingo, 1 de maio de 2011
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2 comentário(s):
Pessoas assim não merecem espaço na tua cabeça. Caga mesmo, agora tens pessoas mais importantes que são tuas amigas e te ajudam. Além do K. claro.
Exato. Sempre tive bons amigos que nunca me magoaram, tenho novos amigos agora que me apoiam mais do que ele fez com estas histórias todas, e além disso, tenho um namorado que me serve de porto de abrigo para este tipo de situações e como alguém com quem sei que posso contar :) Na minha vida, deixou de haver espaço para alguém que me magoa como o Miguel.
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