Porque pelos vistos voltei ao tempo em que se falo com alguém, tudo o que vou receber em troca é represálias.
Mas afinal, estou a ter o que mereço. Sim, a ter o
que mereço… o que eu mereço é estar sozinho… E um dia disseste-me que eu não
merecia isso. Que eu não merecia estar mal. E eu achei que eras diferente dos
outros… Achei que… Achei que podia contar contigo para tudo.
Ficaste magoado comigo, percebo.
E agora sou eu que estou magoado. Quando tu estavas magoado… Quando estavas
magoado tentei dar o meu melhor para não te fazer sentir assim. Mas agora que
eu estou assim… A ti convém ver-me assim. É agradável, satisfatório.
Compreendo. Adoras ver-me,
como diz a música, “would it make you feel better to watch me while I bleed”. Já me viste sangrar várias vezes. E agora o que fazes é como se metesses os dedos em cada lado da ferida e a rasgasses ao comprido fazendo-a maior.
Sim… A Skyscraper da Demi Lovato.
Oiço-a vezes sem conta. Tu ouves a Parto f Me da Katy Perry. Sim, estás a
brilhar, o teu momento de glória. E eu? “Do you have to make me feel like there’s nothing left of me” para te
sentires glorioso?
Doentio.
É doentio. É a única palavra que
consigo descrever. Doentia a forma como te magoei ao ponto de tu olhares para
mim com desprezo, de me atirares com palavras deste tipo… Queres afastar-me?
Pois bem, é o que estás a conseguir fazer. E agora realmente. Porque um dia, se
as coisas se mantêm assim… A minha visão tornar-se-á mais clara. “As the smoke clears I awaken and
untagle you from me”.
Mas se chegámos ao ponto em que já
não posso contar contigo… Chegámos ao ponto em que a única coisa que te faz
feliz é deitares-me abaixo. É?
Então olha:
“Go on and try to tear me down
I will be rising from the ground
Like a skyscraper”
Porque sempre há algo positivo a
tirar da tua atitude, sabes? Há algo bom no meio disto tudo. Fizeste-me mais
forte. Se as coisas continuam assim… Perco a fé no amor. Como tu o fizeste um
dia. Sabe-te bem? Estou a sentir-me exactamente como tu te sentiste! Sabe-te
bem a vingança não é? Parece um jogo para ti… Exiges, exiges, exiges, fazes-me
sentir que quero outra pessoa, culpas-me por isso, e nem sequer tentas esconder
como adoras ver-me no estado em que tu estavas. Antes pelo contrário, fazes
questão de me relembrar, no momento em que eu pensei estar tudo bem…
Os céus podem estar a chorar, e
eu posso até estar a apanhar lágrimas com as minhas mãos… Mas nenhuma outra
lágrima será deitada dos meus olhos em frente a mais ninguém, nem mesmo em
frente ao espelho. Nem por ti. Nem por ninguém.
Pensei que fosses diferente, que
fosses melhor… E por isso me apaixonei por ti, porque pensei que em ti poderia
ter amor e apoio incondicional. Oh, sim, excepto quando te sabe bem veres-me
assim.
Amas-me? Não. Não acredito que
ames. E sabes porquê? Porque se ainda me amasses, farias de tudo para eu estar
feliz, não de tudo para eu me sentir merdosamente só porque tu também já te
sentiste assim.
“ah, tenho medo de te perder”
“ah, tenho ciúmes porque eu não sou
musculado”
“ah, sou inseguro, mas sou assim,
e compreendo que queiras outro”
Não. Não são essas coisas que me
fazem querer outra pessoa. É esta situação que faz desejar que tu fosses
diferente do que és. Mas pelos vistos já revelaste o teu lado escondido, aquele
que nunca terei. E sabes porque nunca terei esse teu lado? Porque é o teu lado
que pior me faz sentir.
“Faço tudo menos ficar a olhar”
“Fala lá com os teus amigos já
que tens um namorado que não te apoia”
“Sim, faz-te lá te vítima e atira
as culpas para cima de mim”
Não, não me vou fazer de vítima.
Se é isso que achas que eu estou sempre a fazer quando baixo as minhas guardas
em frente a ti, então não vale de nada. Vou simplesmente ser um arranha-céus,
distante do chão, distante de ti, perto das nuvens, alheio ao que se passa lá
em baixo, simplesmente vou ser de betão, com as minhas janelas ainda partidas,
mas pelo menos ainda estou de pé.
Quando o meu coração está partido, não é capaz de amar...