segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Um texto Aleatório



Vago vento silencioso. Sussurra-me fazendo a minha pele arrepiar, e a minha espinha obriga-me involuntariamente a estremecer, sem que eu queira ou possa controlar, tal como não quero e não posso controlar o pensamento que provoca essa briza de inverno. Embora poético, na escrita melancólico estou como no coração. Lembro os tempos que foram e já não são… Os tempos de risos e conversas longas até horas alargadas da noite, como se não houvesse amanhã e não necessitássemos sequer de dormir… Mas agora as minhas palavras soam ocas e escapam dos ouvidos de a quem eram dirigidas. Palavras. Pistas. Pequenas coisas que leio, que observo, que são pra mim sons claros e altos como o soar da campainha do meu despertador (daqueles estilo antiquado que faz “trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrriiiim” até o desligarmos). Todas essas coisas que quando os outros emanam sem querer eu descubro e colho, interpreto e percebo. Todas essas coisas que, quando sou eu que emano, escapam a quem eram dirigidas. E depois fico olhando expectante até ao momento que finalmente as pistas são montadas pelos outros como a um puzzle, ou até ao momento em que percebo que as peças que dei eram já pequenas demais e em quantidade insuficiente para que o puzzle fosse completo. E porque não fazer de caixa aberta e dar logo por palavras o que sinto? Porque mesmo dentro de uma caixa aberta, um puzzle não vem já montado e cabe à pessoa que o estima como propriedade sua a tarefa de unir as peças para completar a imagem e a mensagem. Algumas imagens não são para todos os olhos, pois podem ofender e revoltar alguns. No entanto, tenho uma forma de dizer o que sinto. Junto outro tipo de peças noutro tipo de puzzle. Peças essas são as letras, puzzles esses são as frases construídas a horas que são já da madrugada e não da noite. É a minha forma de montar o puzzle em frente aos olhos de outros. Mas não dura muito… Pois bastam minutos, segundo até, talvez, para que o vago vento silencioso desmonte este fino puzzle de letras e o leve consigo de novo desmontando-o, para que alguém do outro lado do mundo as poça apanhar e montar na ordem que bem quer e lhe apetece, transformando as palavras numa distorção do que eram, e na beleza do que serão depois.

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