segunda-feira, 2 de maio de 2011

Staring at the Ceiling for Another Reason

Hoje de manhã acordei com o telemóvel a  tocar. Era a mãe. Coisas do costume: Ver se eu estava a pé, se o meu irmão se estava a despachar a ir para a escola... Quando desliguei, deitei-me na cama, olhando para o tecto branco. Isto fez a minha mente viajar de novo ao passado. Lembre-me de algo que tinha escrito aqui... 

"Já não vivo por aquele sonho, não vivo por aquele sopro, aquele toque, aquele beijo, aquele momento. Vivo apenas para estar vivo quando esse sonho, esse sopro, esse toque, esse beijo, esse momento chegar. Se não chegar? Morrerei à espera"

E esse sonho, esse sopro, esse toque, esse beijo... Todos chegaram contigo, K.

E relembro o quão mal eu estava no passado. Cheguei mesmo a repreender-me a mim próprio, a ser duro comigo mesmo. Porquê? Porque eu não queria ser homossexual! Não queria ter de enfrentar os problemas que isso poderia causar. Credo, cheguei inclusivamente a dizer a mim mesmo "Tu tens de ser normal.". Mas depressa percebi a ignorância nas minhas palavras. Eu sou normal, só amo de forma diferente. E claro, sempre tive aquele sentimento de frustração por ter de enfrentar os problemas que a etiqueta "gay" poderia trazer. Mas hoje, não posso desejar por mais nada. Foi por ser quem sou, que conheci aquela pessoa especial, foi por ser quem sou, que conheci o amor. Foi por ser quem sou que o amor também me conheceu a mim. Desde do dia 21, quando te enviei aquela "carta" onde dizia "Quando as pessoas perguntarem se há alguém especial, gostava e poder responder orgulhoso: Sim, chama-se K. e é o meu namorado. Que te parece?", já vão exatamente dez dias. Os dez primeiros dias de namoro. E aquela sensação que sinto no peito quando digo para mim mesmo "tenho um namorado que amo" já não é uma sensação de estranheza, é uma sensação de alegria, liberdade e saudade.

Como tu não te cansas de fazer, eu agradeço-te, K., porque se não fosse por ti, eu ainda estaria a pensar que ser homossexual era algo que apenas me dificultaria a vida. Se não fosse por ti, eu não teria ninguém por quem viver.

No fundo, às vezes sinto-me mal, porque sei que há muita gente que gostaria de ter o que eu tenho, mas está como eu antes de o ter conhecido. Não quero despoletar neles os ciúmes ou a inveja, como a mim me acontecia. Na altura, cada casal que eu via - gay ou hetero -, enchia-me de ciúmes, claro,  mas havia algo mais. Algo que eu não conseguia explicar, mas que sei hoje o que é. Esse algo mais, essa pitada quase imperceptível de um sentimento aconchegante, era a esperança. A esperança de um dia ter o mesmo. E é isso que eu quero transmitir aos outros, a Esperança de um dia encontrarem a sua cara metade, porque acredito que todos temos no mundo aquele alguém especial à nossa espera. E se não for perto de vocês, será longe, tal como eu e o K. estamos separados por quatro horas de comboio.

Como eu sei que gostavas de me levar à praia...

2 comentário(s):

K. disse...

Pequena correcção: são 4h de viagem, mas 1h é de metro e as outras 3 é que são de comboio x) (xD)
E já te passei a mania do agradeceres tudo? Não tens nada que agradecer seu patetinha. Eu é que agradeço tudo :D
Beijos

Unknown disse...

haha Pronto, eu gosto de dizer o metro é o "comboio debaixo de terra" xD

E pelos vistos, sim, passaste-me essa mania xD Só te podes culpar a ti ;) Até nem é propriamente um mau hábito xD MAs eu digo-te o mesmo, não precisas de agradecer ;P

Beijos :) E daqueles abraços especiais x)

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